“Pelas ruelas estreitas da
personalização do poder desfila a pós-modernidade de nossas cidades grandes e
médias. Como átomos sociais perdidos em hiperespaços, as pessoas circulam de
maneira atabalhoada, esbarrando nos congestionamentos, enfrentando barreiras
quase intransponíveis, respirando poluição, ouvindo insuportáveis decibéis de
ruídos contínuos e gastando horas preciosas de vida.
No dia em que a cidade
respeitar o cidadão, a recíproca poderá ocorrer. Enquanto esse dia não chega,
podemo-nos contentar com a poesia de Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti, na versão
cantada de Chico Buarque: ‘Deve ter alamedas verdes / a cidade dos meus amores
/ e, quem dera, os moradores / e o prefeito e os varredores / e os pintores e
os vendedores / as senhoras e os senhores / e os guardas e os inspetores /
fossem somente crianças’.”
Fonte: Gaudêncio Torquato, “Era uma vez... mil vezes – O Brasil de todos os vícios”, ed. Topbooks: São Paulo, 2012,
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