domingo, 27 de abril de 2014 | |

A aposta no diálogo

Esta postagem é fruto de reflexões feitas nos últimos dias.

Uma das atividades que mais me dão prazer na vida é a arte do diálogo, da conversa (séria ou descompromissada, seja o que o momento pedir), a arte de “trocar ideia”, como dizem os jovens.

Invisto no diálogo e aposto nele não só como fonte de distração, mas também como meio mais adequado para a solução de qualquer conflito.

Olhando em retrospectiva, notei que minhas relações mais fortes e duradouras são justamente com pessoas que, como eu, sabem dialogar.

Um exemplo é minha esposa. Somos muito diferentes, pensamos de forma muito diferentes, tivemos criações muito distintas. Nem por isso deixamos de nos entender. E isto ocorre principalmente porque sempre praticamos a arte do diálogo. Se houver uma qualidade a apontar em nossa relação eu não hesitaria em citar isto – o diálogo.

O mesmo vale para meus amigos. Aqueles que se mantêm firmes ao meu lado são justamente os que apostam nas conversas. Em alguns casos, são amigos com pensamentos e modos de ser e de agir radicalmente opostos aos meus, mas ainda assim partilhamos o diálogo.

Importante: nem sempre é um diálogo tranquilo; já houve episódios de conversas duras e ríspidas até, mas ainda assim apostou-se na arte de dialogar – e o resultado tem sido sempre positivo. Aproximamos mais nossos pensamentos na medida em que compreendemos uns as razões e ideias dos outros sem que isto signifique concordância absoluta.

E se algo eventualmente passar um pouco do limite, nada que um pedido de desculpas e o reconhecimento do valor do outro e do necessário respeito para que tudo se restabeleça.

Bom que seja assim. Pobres os que apenas conseguem se relacionar com quem pensa igual. É a ditadura do pensamento único!

No mesmo sentido, tenho convivido ao longo dos últimos tempos com pessoas que não sabem, não querem ou não conseguem dialogar (por motivos diversos). Vejo como os relacionamentos, nestes casos, não fluem.

É difícil compartilhar (o que quer que seja) com alguém que não consegue se expressar ou não permite que eventuais conflitos (existentes em qualquer relação) sejam discutidos para que se busque uma solução.

A experiência tem me mostrado que varrer as diferenças para debaixo do tapete é a pior forma de “resolver” uma questão (ou de se acreditar que ela está resolvida).

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