Parti. Após dez dias de volta ao ninho, à terra onde nasci e
cresci, onde estão minhas raízes, parti de volta ao mundo desconhecido.
Foram dez dias repletos.
Teve degustação de cerveja e barzinho (ambos com amigos
leais); churrasco e piscina com os velhos companheiros da estrada da vida; o
merecido e necessário descanso; o carinho dos pais; o boteco até altas horas
com um amigo do peito; duas sessões de cinema; caminhadas no parque; pizza e cervejada
– e dá-lhe cerveja! - com um casal amigo do tipo “pau pra toda obra”, gente boa
de conversar, rir e discutir.
Foi, sem dúvida, uma semana intensa, para matar um monte de
saudade.
O mais relevante, porém, talvez tenha sido um encontro
efêmero. Um reencontro, na verdade. Com um velho (nem tão
velho assim, sequer na idade, sequer no tempo) conhecido. Um amigo querido, que há muito não via.
Mas tive que partir. Peguei a estrada e não sei quando
volto.
Poucos compreendem que a distância é dolorida. Muito
dolorida. Demasiadamente dolorida. Deixar para trás pessoas que amamos, por
tempos que parecem infinitos, causa uma profunda tristeza.
E, como a vida não é simples, a mesma distância que fere também acalma. Distanciar-se de tantas lembranças, boas e amargas, serve
como calmante. É, sim, uma espécie de fuga – mas quem há de dizer que às vezes
não queremos um momento de reflexão solitário?
Foi bom ir e voltar.
É bom sentir a dor da distância, mostra que estamos vivos e
que o coração bate dentro do peito.
Afinal, a vida já me ensinou, não é possível ter tudo o que
queremos.
Mas dá para fazer melhor, sempre. Basta que cada um faça sua
parte.
Em tempo: o trabalho é meu alimento, me completa e me dá
prazer. Amo o que faço – porque faço o que gosto. Uma vida sem rotina, cheia de
desafios diários, tarefas que se completam a cada ciclo de 24 horas e se
renovam e exigem novos esforços.
Fazer o que a gente gosta sem dúvida é um bom antídoto contra muitos males. Contra a dor da distância, por exemplo.
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