segunda-feira, 14 de abril de 2014 | |

Distantes

Parti. Após dez dias de volta ao ninho, à terra onde nasci e cresci, onde estão minhas raízes, parti de volta ao mundo desconhecido.

Foram dez dias repletos.

Teve degustação de cerveja e barzinho (ambos com amigos leais); churrasco e piscina com os velhos companheiros da estrada da vida; o merecido e necessário descanso; o carinho dos pais; o boteco até altas horas com um amigo do peito; duas sessões de cinema; caminhadas no parque; pizza e cervejada – e dá-lhe cerveja! - com um casal amigo do tipo “pau pra toda obra”, gente boa de conversar, rir e discutir.

Foi, sem dúvida, uma semana intensa, para matar um monte de saudade.

O mais relevante, porém, talvez tenha sido um encontro efêmero. Um reencontro, na verdade. Com um velho (nem tão velho assim, sequer na idade, sequer no tempo) conhecido. Um amigo querido, que há muito não via.

Mas tive que partir. Peguei a estrada e não sei quando volto.

Poucos compreendem que a distância é dolorida. Muito dolorida. Demasiadamente dolorida. Deixar para trás pessoas que amamos, por tempos que parecem infinitos, causa uma profunda tristeza.

E, como a vida não é simples, a mesma distância que fere também acalma. Distanciar-se de tantas lembranças, boas e amargas, serve como calmante. É, sim, uma espécie de fuga – mas quem há de dizer que às vezes não queremos um momento de reflexão solitário?

Foi bom ir e voltar.

É bom sentir a dor da distância, mostra que estamos vivos e que o coração bate dentro do peito.

Afinal, a vida já me ensinou, não é possível ter tudo o que queremos.

Mas dá para fazer melhor, sempre. Basta que cada um faça sua parte.

Em tempo: o trabalho é meu alimento, me completa e me dá prazer. Amo o que faço – porque faço o que gosto. Uma vida sem rotina, cheia de desafios diários, tarefas que se completam a cada ciclo de 24 horas e se renovam e exigem novos esforços.

Fazer o que a gente gosta sem dúvida é um bom antídoto contra muitos males. Contra a dor da distância, por exemplo.

0 comentários: