quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 | |

Passado e futuro num museu

Você, por acaso, tem receio de voar? Com toda a tecnologia existente hoje, ainda não se sente confortável dentro de um avião? Tente, então, fazer um exercício: volte no tempo quatro décadas, mais precisamente a julho de 1969. Imagine a tecnologia existente na época e embarque numa aventura inédita e desconhecida rumo à... Lua.

Isto mesmo!

Tal como os portugueses se lançaram ao mar (igualmente desconhecido e misterioso) no século 15, dando início às grandes navegações e alterando definitivamente o rumo da história da humanidade ao “descobrirem” o Novo Mundo, navegadores do século 20 - chamados astronautas - deram em 1969 “um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”. 

Pela primeira vez um homem pisava em solo lunar. Era a missão Apollo 11, da Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos). O feito inédito coube a Neil Armstrong e Edwin “Buzz” Aldrin (o terceiro tripulante da missão, Michael Collins, permaneceu todo o tempo no módulo de comando Columbia).


Estou relembrando este episódio porque, dia desses, assisti num canal a cabo a um documentário sobre o surgimento e o desenvolvimento da aviação, desde os experimentos dos irmãos Wright em Dayton, no estado de Ohio, em 1903, até os dias atuais.


Ao tratar do desenvolvimento da aviação, o documentário abordou a ida à Lua. Isto porque muito da tecnologia usada hoje em dia e considerada essencial para a aviação comercial tem origem naquele arriscado voo de 1969 da Apollo 11.

Foi dali que surgiram, por exemplo, os primórdios de um sistema em voga atualmente nos aviões, chamado “fly-by-wire”.

De acordo com o documentário, muita gente ignora o fato de que a missão rumo à Lula quase foi abortada minutos antes de ser completada. É que o módulo lunar Eagle se deslocou além da área prevista para o pouso (coisa de seis quilômetros), colocando a operação em risco.

Havia pouco combustível, mas Armstrong tomou a decisão de seguir adiante. Para isso, em linguagem popular, “dirigiu” manualmente o módulo até o solo. Foram as informações dadas pelo moderno e inovador (para a época) sistema de navegação por computador que permitiram ao astronauta tomar a decisão – que, tal como nas grandes navegações, mudou a história da humanidade (o fato está contado em detalhes no Wikipedia).

Não descobrimos “novos mundos” (embora tenhamos chegado ao inabitável satélite da Terra), mas muitos dos avanços que tornaram a missão possível fazem parte do nosso cotidiano até hoje.

Enquanto assistia ao documentário, lembrei das visitas que fiz ao museu da aviação em Washington D.C., a capital dos EUA – a última delas em abril de 2012.

Oficialmente denominado National Air and Space Museum (NASM), o local não só conta a história da ida do homem à Lua como permite que os visitantes toquem numa lasca de pedra lunar (experiência considerada a mais interessante de toda a viagem pelo amigo jornalista Carlos Giannoni de Araujo, que me acompanhou) e vejam objetos usados naquela revolucionária missão – incluindo o Columbia.


Roupas de astronautas, módulos para a reentrada na Terra (devidamente chamuscados pelo contato com a atmosfera, quando costumam se incendiar), a “vida” no interior de um foguete, o cenário do pouso na Lua e o vídeo que registrou o histórico momento, entre tantas outras curiosidades da aviação e da ciência estão lá à disposição dos visitantes.















  
O NASM é um verdadeiro deleite para os aficcionados por aviões. Vale a visita até para quem é apenas curioso, o que inclui praticamente todos os seres humanos. O museu fica no National Mall, bem perto do Capitólio (a sede do Congresso dos EUA) e a entrada é grátis.

* As fotos são minhas e dos amigos Cristiano Persona e Carlos Giannoni de Araujo

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