domingo, 27 de janeiro de 2013 | |

De novo o Facebook...

Em menos de dez dias, o Facebook invadiu as conversas ao meu redor. Primeiro, um “imbroglio” envolvendo o que considero uma idiotice de “aceitar” e “excluir” (repare bem nos verbos e o peso que eles representam) alguém como “amigo”. Como se pudesse existir amizade por meio de uma rede social, mas esta é outra questão.

Depois, um outro problema envolvendo a necessidade das pessoas de fazerem do tal Facebook um diário. “Fui em tal lugar...”, “Estive com fulano...”. De repente, a vida de -  quase – todo mundo tornou-se de interesse público.

E tudo culminou no questionamento de uma conhecida. A pergunta inevitável: “Você não tem Facebook né?”. No que respondi: “Para quê? Para ficar fuçando a vida dos outros?”. E ela: “Ué, é exatamente isto. É legal!”.

Dispenso.

Não adianta você aí, fã do dito cujo, dizer que não é necessariamente assim porque está na essência do Facebook bisbilhotar o que outros escrevem. Daí à exposição exacerbada que se vê a todo momento é um pulo. A tal rede despertou, parece-me, alguns dos mais primitivos instintos humanos...

Confesso que não entendo o que motiva alguém a tornar pública sua agenda diária de compromissos.

Tampouco consigo entender a exposição fotográfica (muitas vezes de gosto duvidoso, quando não resvalando para o apelo erótico mesmo). Poses e mais poses, novos cortes de cabelo, mensagens inúteis, enfim.

De repente, a vida de – quase – todo mundo virou um livro aberto.

A vaidade humana é potencializada pela rede, sem dúvida. O ego fica lustrado. Quem não gosta de, ao postar uma foto, ler comentários do tipo “linda”, “fofa”, “bonita como sempre”? Ou mesmo receber cantadas como “está disponível?” e afins. Faz parte da natureza humana gabar-se com o elogio.

Não sou psicólogo, antropólogo ou algo do gênero para tentar explicar o fenômeno. Nem pretendo.

Só sei que me causa certa irritação esta exposição da vida alheia. E o interessse que isto desperta – porque desperta.

Aí um amigo me disse: “O problema não é o Facebook, são as pessoas”. Ele tem meia razão. Afinal, a tal rede foi criada para quem senão para o ser humano?

O fato é que, sem ter Facebook, em uma semana me vi diante de dois problemas ligados a ele.

Prefiro, pois, levar minha vidinha desinteressante. Acho melhor, como costumava brincar um colega, “reduzir-me à minha insignificância”.

A quem há de interessar, por exemplo, que acordei resfriado se não sou Frank Sinatra...?

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