A seguir, trechos da entrevista publicada nesta quinta-feira com o presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês):
Folha - O relatório da IFJ
mostra que 2012 foi um dos anos mais sangrentos para a imprensa, com 121
jornalistas assassinados. O que esse número representa?
Jim Boumelha - É um número terrível, precisamos chamar
atenção para ele. Se fossem cem médicos ou cem advogados assassinados em um
ano, não se falaria em outra coisa no mundo.O mais preocupante é que a soma de mortes tem se mantido num
patamar muito alto a cada ano que passa.
Folha - Os países em guerra civil lideram o ranking de mortes de
jornalistas, mas não chegam à metade do total de casos no mundo. Por quê?
Boumelha - As pessoas acham que a maioria das mortes acontece nas
coberturas de guerra, mas isso não é verdade. A maior parte dos assassinatos que nós temos registrado é fruto
de perseguição a profissionais que estão fazendo reportagens nos lugares em que
costumam trabalhar no seu dia a dia. É muito barato matar um jornalista. A impunidade é muito grande. Em vários países, esta tem sido a melhor forma de silenciar um
jornal ou interromper uma série de reportagens investigativas. Na maior parte das vezes, os alvos desses assassinatos por
encomenda são jornalistas que não são famosos. Por isso, os crimes acontecem e
muita gente nem se lembra dos nomes das vítimas.
Fonte: Bernardo
Mello Franco, "É muito barato matar um jornalista hoje no mundo", Folha
de S. Paulo, Mundo, 10/1/13.
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 12:03 |
Profissão: perigo (3)
Marcadores: jornalismo, jornalista, profissão, violência
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