Meu inglês melhorou bastante (embora ainda esteja muito longe do ideal).
Percebi isto na mais recente viagem aos EUA. Melhorou mais ainda meu
ouvido para o inglês. Isto foi muito mais perceptível.
Apesar disso, sigo com um
sotaque fortíssimo – e isto me incomoda, claro.
Um motorista de táxi em Washington perguntou-me se eu era de Chicago. Disse que não e quis saber o motivo da pergunta. “É que você tem sotaque de Chicago”, respondeu. “E isto é bom ou ruim?”, perguntei-lhe, em tom de brincadeira. Seguiram-se risos.
Confesso que fiquei curioso para saber qual era o “sotaque” de Chicago. Pelo menos ele não citou o Texas – afinal, sotaque caipira já me basta no Brasil.
Sotaque à parte, cheguei à conclusão que pareço mesmo italiano. Depois de ter sido confundido com um local em Milão (Itália), desta vez fomos – um amigo e eu – apresentados pelo motorista da van que nos pegou no hotel em Toronto (Canadá) para um passeio como “os italianos”.
No aeroporto de Chicago, ao pedir que minha mala fosse encaminhada direto para São Paulo sem necessitar passar por novo despacho em Atlanta, a atendente passou a falar em português. Era brasileira, casada com um norte-americano.
Perguntei-lhe, em tom de brincadeira, se meu inglês estava tão ruim para ela ter desistido do diálogo na língua oficial do país. Ela respondeu que eu tinha sotaque, mas não de latino. “Um sotaque diferente”, comentou. Eu insisti: “qual sotaque?”. E ela: “sotaque de europeu”. Pronto: sou italiano!
Em tempo: a atendente é de Cuiabá (MT) e contou que, após quatro anos nos EUA, ainda mantém sotaque. Mais: revelou que o marido adora. “Ele sempre fala: não vai perder este sotaque porque foi por causa dele que eu me casei com você”.
PS: o vendedor da Barnes & Noble de Chicago riu quando perguntei, em inglês, por um tal livro "The Digital Self" (o nome correto é "The Virtual Self", de Nora Young). Riu da minha pronúncia para "digital". Perguntei se tinha falado muito errado e ele respondeu afirmativamente. Quis saber como se falava. "Di-dgi-ral" (ou algo assim), falando bem rápido.
Tentei duas vezes, mas não saiu bom. Expliquei que em português a palavra se escreve do mesmo jeito e isto dificulta a pronúncia, já que a mente "puxa" o jeito brasileiro de falar. Ele continuou rindo...
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