Nunca pretendi fazer deste blog um diário. Aliás, não gosto muito de diários - lembranças são as que ficam naturalmente, não aquelas que forçosamente anotamos para guardar (estou me referindo a pessoas e situações de cunho emotivo, não a tarefas do dia-a-dia).
Contudo, apesar de não pretender fazer deste blog um diário, não posso deixar de observar que esta quarta-feira, 2 de maio, foi muito estranha. Estranhíssima!
Uma mistura confusa de sentimentos me invadiu a alma em questões pessoais e profissionais. Para nenhuma delas, encontrei uma resposta satisfatória - o que me atormenta de algum modo.
Sinto-me como um octógono no qual ferozmente duelam razão e emoção.
Sinto ter perdido o controle do meu pensamento.
Em um aspecto, esta quarta-feira marcou o encerramento de um ciclo. Temo pelo futuro. Temo pelo que restará.
Um ciclo que mais dia menos dia acabaria. Não esperava apenas que fosse abruptamente (ou até esperava, mas não queria). Não esperava que fosse NESTE momento.
O fato é que acabou. Para o bem ou para o mal, acabou. Triste e melancolicamente. Dura e silenciosamente.
A vida nos prega peças. No intervalo de um mês, muita coisa mudou. O que era fortaleza ruiu tal qual um castelo de areia. O que era certeza virou dúvida.
Queria que esta história tivesse um outro final (ou que nunca tivesse final). Pudera eu reescrevê-la... Não se muda, porém, o que está escrito.
Não vou dizer que não estou triste. Não vou dizer que está tudo bem. Não vou dizer que não podia ser diferente. Podia, mas o que é, é.
Não se faz nada sozinho. Não se constrói nada sozinho. Não em termos de relações humanas.
No fundo, no fundo são escolhas. Apenas isso, escolhas.
"Tá bom...", "Será?..."
"Game over???"
"Life will go on..."
Isto tudo me fez lembrar de um pequeno livro que li numa livraria de Toronto, no Canadá, no último dia 20. Era meio engraçadinho e ao mesmo tempo um tanto triste. Falava de animais e objetos que queriam ter amigos e/ou que perdiam amigos.
Confesso que não me lembro bem qual objeto/animal encerrava a história, mas era algo mais ou menos assim: uma árvore dizia ser amiga de um banquinho de madeira, que negava a amizade. Até que um dia a árvore virou um banquinho de madeira e, ao se encontrar feliz com o agora parceiro de fato, saudou a amizade que supostamente existia entre eles. E o banquinho encerrou a história manifestando em pensamento que continuava não sendo amigo da ex-árvore.
Será que eu virei um banquinho?
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