Recente reportagem do UOL Esporte revelou que as dívidas dos
12 maiores clubes de futebol do Brasil fecharam 2012 totalizando incríveis R$
4,6 bilhões.
Dos cinco primeiros colocados no ranking, quatro são
cariocas – o que escancara os desmandos do futebol naquele estado nas últimas
três décadas (alguns clubes, como o Botafogo, apostam agora numa gestão mais
profissional).
Diante disso, é inevitável perguntar:
1 - Como pode um clube como o Flamengo, líder do ranking com
uma dívida de R$ 758 milhões (basicamente o orçamento para 2013-14 de Limeira,
uma cidade de quase 300 mil habitantes), fechar um contrato de patrocínio de R$
25 milhões com a Caixa Econômica Federal (ou seja, dinheiro público, meu, seu,
de todo contribuinte brasileiro)? Aliás, é cômico saber que o clube obteve do
governo federal certidão negativa de débitos...
2 - Como pode este mesmo clube fazer, como fez nos últimos
anos, algumas das contratações mais caras do futebol brasileiro, como as do
meia Ronaldinho Gaúcho e do atacante Vágner Love?
3 - Como pode um país sediar uma Copa do Mundo sabendo que seu
principal esporte apresenta este tipo de balanço financeiro? Tais balanços não
são evidências mais do que claras de como o futebol é gerido (ou mal gerido) no
país?
4 - Como podem clubes receberem empréstimos milionários do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), dinheiro público
mais uma vez, com balancetes assim?
5 – Se o futebol movimenta milhões e os clubes estão com
dívidas desse nível, muitos em situação quase falimentar (caso do Flamengo), nas
mãos de quem está o principal esporte do país?
Em tempo: como este blog já destacou, o governo federal
estuda uma medida provisória para perdoar até 90% das dívidas dos clubes. Mais
uma vez, dinheiro público – meu, seu – indo para o ralo da má gestão e da
politicagem...
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