terça-feira, 21 de maio de 2013 | |

Na Virada, o retrato de uma sociedade doente

O caos na segurança no Brasil nas últimas décadas – reflexo de uma série de problemas estruturais, da péssima educação às desigualdades acentuadas, passando por uma perda de valores por parte da sociedade e da má gestão pública – tem tornado um tanto míope o debate a respeito do tema.

Tome-se o caso da Virada Cultural, brilhante iniciativa feita pela Prefeitura de São Paulo e que tem também uma versão estadual. Este ano, o número de ocorrências policiais subiu, havendo inclusive o registro de duas mortes.

Discutiu-se quem falhou: município ou Polícia Militar. Falou-se que o número de pms (cerca de 3,4 mil, segundo a organização, fora os agentes municipais) era insuficiente para a dimensão do evento.

Na verdade, a pergunta deveria ser: por que precisamos de tantos homens (cerca de cinco mil no total) para fazer a segurança de uma atividade cultural que visa unicamente levar lazer e entretenimento grátis para a população?

Porque vivemos numa sociedade doente.

Definitivamente, perdemos o foco da questão.

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E o slogan do governo federal diz que “País rico é país sem miséria”. Não! País rico é país com educação e civilidade.

Fosse assim, sequer pms seriam necessários para uma Virada Cultural.

Quem sabe um dia...

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