A oposição costumeiramente critica – com razão - as nomeações
meramente político-eleitorais no alto escalão do governo federal. Tudo em nome
da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
Chegou-se ao cúmulo de ter um ministro (Guilherme Afif
Domingos) do PSD, recém-ingresso na base aliada, que ao mesmo tempo é
vice-governador de São Paulo, estado governado pelo PSDB, principal sigla da
oposição.
Ocorre que, como diz o ditado, “pau que bate em Chico, bate
em Francisco”. O que se critica lá se pratica cá.
Pois o que faz, por exemplo, o PSDB em São Paulo? A imprensa
noticiou esta semana um acordo entre o governador Geraldo Alckmin e o PRB do
deputado federal Celso Russomanno. Em troca de apoio político à campanha da
reeleição do tucano, um cargo no secretariado.
Russomanno disputou a eleição para governador em 2010 e foi
um dos principais críticos de Alckmin na ocasião, com ataques ferozes,
principalmente em relação aos pedágios (considerados “caros”) e à insegurança.
Quatro anos depois, estará lá no palanque tucano, pregando a reeleição daquele
a quem criticou. E, registre-se, após os dados da violência terem piorado.
São as nuvens da política brasileira, como já se tornou
folclórico dizer - o que muitos, infelizmente, consideram normal.
Afinal, o que é e para que serve a tal “governabilidade”?
Já que é em nome dela que todo tipo de acordo é feito,
desconfio que a dita cuja tem custado caro ao Brasil.
***
“O ingresso do
PRB no governo tucano foi noticiado ontem pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’.”
A frase acima saiu na “Folha de S. Paulo” de ontem (23/5). A
isto se dá o nome de ética, transparência, respeito ao jornalismo e à
concorrência.
Infelizmente, é fato raro...
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