sexta-feira, 24 de maio de 2013 | |

Essa tal governabilidade...

A oposição costumeiramente critica – com razão - as nomeações meramente político-eleitorais no alto escalão do governo federal. Tudo em nome da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

Chegou-se ao cúmulo de ter um ministro (Guilherme Afif Domingos) do PSD, recém-ingresso na base aliada, que ao mesmo tempo é vice-governador de São Paulo, estado governado pelo PSDB, principal sigla da oposição.

Ocorre que, como diz o ditado, “pau que bate em Chico, bate em Francisco”. O que se critica lá se pratica cá.

Pois o que faz, por exemplo, o PSDB em São Paulo? A imprensa noticiou esta semana um acordo entre o governador Geraldo Alckmin e o PRB do deputado federal Celso Russomanno. Em troca de apoio político à campanha da reeleição do tucano, um cargo no secretariado.

Russomanno disputou a eleição para governador em 2010 e foi um dos principais críticos de Alckmin na ocasião, com ataques ferozes, principalmente em relação aos pedágios (considerados “caros”) e à insegurança. Quatro anos depois, estará lá no palanque tucano, pregando a reeleição daquele a quem criticou. E, registre-se, após os dados da violência terem piorado.

São as nuvens da política brasileira, como já se tornou folclórico dizer - o que muitos, infelizmente, consideram normal.

Afinal, o que é e para que serve a tal “governabilidade”?

Já que é em nome dela que todo tipo de acordo é feito, desconfio que a dita cuja tem custado caro ao Brasil.

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“O ingresso do PRB no governo tucano foi noticiado ontem pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’.”

A frase acima saiu na “Folha de S. Paulo” de ontem (23/5). A isto se dá o nome de ética, transparência, respeito ao jornalismo e à concorrência.

Infelizmente, é fato raro...

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