Li no final de semana que uma poderosa tempestade tropical
que se aproximava da Flórida (EUA) desviou seu curso e ameaça virar um furacão.
De nome Isaac, a dita cuja (que deve virar dito cujo) ameaça a Louisiana, estado
onde fica Nova Orleans.
Para quem não se lembra, trata-se da cidade arrasada pela
passagem devastadora do furacão Katrina em agosto de 2005.
Estive em Nova Orleans em abril deste ano. Na área histórica,
quase não se veem marcas do Katrina. Aliás, é incrível pensar que toda aquela
região foi destruída e estava debaixo d´água sete anos atrás. O estádio de
futebol que serviu de moradia para os desabrigados, por exemplo, foi
totalmente reformado, bem como a área ao seu redor.
Naturalmente, há áreas periféricas que ainda carregam os
sinais da passagem do Katrina – tem até passeio turístico para ver a destruição
causada pelo furacão. Nas margens do Mississippi, o rio que banha a cidade, é
possível ainda ver edificações destruídas.
Na região da North Rampart Street, vi um conjunto de imóveis financiados
pelo governo Barack Obama para as famílias que perderam suas moradias na
passagem do furacão.
No entanto, Nova Orleans resistiu. E renasceu. Notadamente em
razão da força de sua gente (embora milhares de pessoas tenham deixado a
cidade) – é histórica a inação do governo George W. Bush durante a tragédia.
Hoje, o que se vê é uma cidade que sabe preservar suas raízes
e, ao mesmo tempo, busca se modernizar. Na área histórica, o turista volta ao
passado; na área central, perto da prefeitura, vive o presente e o futuro (dê uma olhada no novo Superdome...). Às vezes, revitalização e abandono convivem lado a lado, como vi na região da Canal Street.
Sem dúvida, Nova Orleans é um exemplo de resistência e
persistência. Uma lição ao mundo. Pena que esteja eternamente ameaçada por
novos Katrinas e Isaacs. A cidade e sua gente definitivamente merecem outro
destino.
Leia também:
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