Nada fica de
nada. Nada somos.
Um pouco ao
sol e ao ar nos atrasamos
Da
irrespirável treva que nos pese
Da humilde
terra imposta,
Cadáveres
adiados que procriam.
Leis feitas,
estátuas vistas, odes findas -
Tudo tem
cova sua. Se nós, carnes
A que um
íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por
que não elas?
Somos contos
contando contos, nada
(Ricardo
Reis, um dos quatro heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa)
segunda-feira, 20 de agosto de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:23 |
“Nada fica”
Marcadores: Fernando Pessoa, poema, poesia, Ricardo Reis
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