A edição deste domingo - 19/6 - da "Folha de S. Paulo" está bem elaborada, notadamente naquilo que o jornal tem de melhor, a análise e a opinião. Por isso, decidi compartilhar aqui alguns textos (infelizmente, o acesso a eles exige senha da "Folha" ou do UOL).
É espantoso como há quem se espante com as notícias em torno dos preparativos para que o país receba a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Como se todos não soubessem o que já era público e notório desde que o Brasil se candidatou a sediar os dois maiores eventos do mundo. (...)
E você, por que não reage?
Juca Kfouri, E qual é a surpresa? (Esportes)
A verdade é que Lula - e agora Dilma -, tendo se transformado em autores dos projetos e programas que combateram, aliaram às medidas saudáveis do governo anterior - que liquidaram com a inflação e mantiveram estável a economia- outras abertamente populistas, visando conquistar o maior número possível de pessoas carentes.
Com isso, Lula garantiu a seu governo e seu partido uma popularidade de que jamais gozariam se tivessem persistido na pregação radical que sempre os caracterizou. Além do mais, aparelhou órgãos e empresas estatais, pondo-os todos a serviço da propaganda oficial.
Quase no fim da entrevista, FHC se definiu como uma pessoa "de temperamento conciliador e pensamento conflitivo". A imagem é precisa para sintetizar sua atuação como político e sua força como sociólogo.
Entre um e outro, a relação é mais complementar do que se imagina. De certa forma, o político FHC "realizou" o que o intelectual escreveu -muito mais, por exemplo, do que Lula cumpriu o que falava até chegar à Presidência.
Não seriam estádios, elevados, avenidas e metrôs, e demais projetos pretextados pela Copa e pela Olimpíada, que escapariam ao cartel tão presente no interior dos governos quanto os próprios governos. E até mais, em determinadas áreas governamentais. Do mesmo modo nas instâncias federal, estadual e municipal. É uma das faces do Brasil desconhecido. Sigiloso, digamos.
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