Limeira encolheu do ponto de vista de importância econômica. Definitivamente – e contra os números não restam argumentos.
Os anos 90 e 2000 foram particularmente cruéis com a cidade, frutos de governos que cometeram desmandos ou tiveram que corrigir desmandos de administrações passadas. Frutos de governos sem nenhum planejamento estratégico para o desenvolvimento da cidade, problema que continua até hoje.
Resultado: de uma cidade pujante e de destaque industrial, Limeira virou uma cidade pobre.
A cidade não aparece no ranking das 50 maiores rendas do país, divulgado no último domingo pela “Folha de S. Paulo”. Pode parecer coisa pequena, do tipo “ah, mas entre as 50 só deve haver grandes cidades”. Vejamos: Águas de São Pedro é a 10ª; Vinhedo a 12ª; Campinas a 17ª; Valinhos a 18ª; Jundiaí a 20ª; Santo André a 28ª; São José dos Campos a 29ª; Holambra a 30ª; São José do Rio Preto a 33ª; Paulínia a 36ª; São Bernardo do Campo a 37ª; Americana a 38ª; Piracicaba a 42ª; Botucatu a 46ª; Bauru a 47ª; São Carlos a 48ª; e Barueri a 49ª.
Não é preciso dizer mais (só não vê quem não quer...).
Entre Águas de São Pedro (10ª) e Barueri (49ª), a renda média familiar per capita varia de R$ 1.677,72 a R$ 1.120,12. Os dados têm como base o Censo Demográfico de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Que Limeira tem crescido e atraído empresas, não se discute. Isto, porém, é um fenômeno que se repete em várias outras cidades, em muitas delas com maior força inclusive (vide Sorocaba e Piracicaba). Tal fenômeno está muito mais ligado ao bom momento econômico vivido pelo país do que a alguma excepcionalidade limeirense. Do que resulta a ausência da cidade no ranking das maiores rendas.
Não custa lembrar que entre as principais atividades econômicas da cidade está uma que é conhecida por pagar salários baixos e ter grande quantidade de mão-de-obra informal.
Ainda há tempo de mudar o futuro, mas é preciso começar a planejar desde já. Pelo que se vê na atual administração e pelo que se antecipa das próximas eleições, porém, é mais provável que Limeira continue vendo o bonde da história passar...
PS: a perda da importância econômica de Limeira está diretamente ligada à perda de sua importância política. Já escrevi várias vezes neste blog (aqui, aqui e aqui) sobre a falta de influência da cidade junto aos governos, o que representa desfavorecimento na distribuição de verbas, obras e serviços.
Para quem duvida, acaba de sair do forno mais um exemplo. Limeira discute há pelo menos 15 anos a duplicação do Anel Viário. A discussão ganhou força quando o Estado concedeu à iniciativa privada a Rodovia SP-147, cujos trechos (entre a cidade e Piracicaba e Mogi-Mirim) são interligados pelo Anel Viário limeirense.
Sem apoio algum, o governo Silvio Félix (PDT) decidiu iniciar a duplicação com recursos do próprio município. Há cerca de dois anos, o Estado ofereceu uma migalha: pouco mais de R$ 6 milhões para a obra entre o Sesi e o Jardim Anavec. A verba ainda não foi liberada apesar de um convênio já ter sido assinado.
Pois em Bauru, cidade administrada pelo mesmo PSDB que comanda o Estado há duas décadas, o governador Geraldo Alckmin inaugurou no último sábado o prolongamento de uma avenida para interligar duas rodovias. Um trecho de 3,5 quilômetros , que custou ao DER um total de R$ 58,6 milhões. É, segundo o Estado, a maior obra viária do interior paulista.
Para ler a notícia na íntegra, clique aqui.
* Fotos de divulgação do governo de São Paulo
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