Estranha. Esta é talvez a melhor palavra para definir a sensação diante da mostra “Corpo Humano – Real e Fascinante”, visitada pelo Jornal de Limeira na última quarta-feira. Mórbida? Medo não parece ser uma reação comum entre os visitantes. Se há algo certo, porém, é que não é possível ficar inerte diante daquilo. A exposição provoca reflexões. Reforça alguns conceitos e coloca outros em xeque.
É impressionante constatar a perfeição e a fragilidade do corpo humano. Sim, em alguns momentos o visitante sente-se superior diante de tamanha fragilidade. Não será exagero ter, juntas, reações adversas, paradoxais. Como notar uma simplicidade complexa ou uma complexidade simples em todas aquelas estruturas. Tudo se encaixa (literalmente).
É difícil não achar feias as entranhas humanas. É difícil não se impressionar ao lembrar que aqueles corpos um dia tiveram vida. É difícil não pensar em Deus – seja por considerar tudo fruto da criação divina, seja por não acreditar em um ser superior. Afinal, diante do visitante, são apenas corpos sem vida, dissecados, fatiados. É difícil não pensar na arte daquele trabalho (sim, preparar a exposição exigiu um trabalho minucioso).
Se a pergunta é: “vale a pena?”, a resposta é “sim!”. Quem puder, não deve perder a oportunidade. Curiosa, diferente, isso é tudo verdade. Acima de tudo, porém, a exposição é estranha. Não na acepção de um sentimento de aversão, repulsa e sim de “pasmo diante de algo que não se conhece ou não se espera”.
PS: texto de minha autoria publicado no Jornal de Limeira em 2007. A mostra – que percorreu o mundo com o nome “Bodies” (“Corpos”, em inglês) – reunia 16 corpos e 225 órgãos preservados por meio de uma técnica chamada polimerização. Ela foi desenvolvida pela equipe do médico Roy Glover, professor emérito de Anatomia e Biologia Celular da Universidade de Michigan.
Em 2010, a mostra voltou ao Brasil numa nova versão, "Corpos - A Exposição", em que os corpos são retratados simulando movimentos esportivos, como dos atletas de futebol, basquete, etc. A exposição foi vista por mais de 15 milhões de pessoas nos EUA e Europa, segundo o UOL. Imagens da mostra podem ser vistas aqui.
* A imagem que ilustra esta postagem foi retirada da Internet já que fotos não eram permitidas na exposição
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