Certa vez, ainda criança, estava num acampamento de férias quando conheci uma "tia" legal. Isso mesmo, "tia", como aquelas da escola. Eu estava ainda na idade de chamá-la assim. Essa "tia" era de São Paulo e rapidamente entrosou-se com o pessoal de Limeira. Ela coordenava as brincadeiras com as crianças, fazia lanches, cantávamos e conversávamos.
Confesso que não me lembro o nome dessa "tia", mas me recordo com exatidão a sua figura e as coisas que falou.
Já perto do fim das férias naquele acampamento, estávamos discutindo futuros encontros, visitas do pessoal de Limeira a São Paulo e vice-versa. Na noite anterior ao dia da despedida, a "tia" fez uma fogueira, reuniu a galera e começamos a conversar e a cantar. Recordo-me bem do trecho da música: "Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus; bem cedo junto ao fogo voltaremos a nos ver".
Eu, na minha inocência da infância, acreditei que aquela música era verdadeira. Que, de fato, não seria mais que um até logo, mais que um breve adeus. Não foi. Foi um adeus definitivo (ou ao menos que tem durado uns 25 anos).
Hoje, confesso que não sei se é melhor ter a inocência da criança que acredita em tudo ou a dureza do adulto que sabe que a vida não é bem assim. Só sei que a cada fato da vida, como o que vivencio agora, sempre acredito que será apenas um até logo, um breve adeus, mas temo que a realidade seja como aquelas visitas mútuas que havíamos programado naquele dia, naquele acompamento, e que jamais ocorreram.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 11:14 |
Um "até logo" junto ao fogo
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2 comentários:
E eu me pergunto: Como são os adultos que quando crianças não tiveram a doce chance de ser inocentes?
Boa pergunta...
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