Há algum tempo, ouvi de um
membro do alto escalão municipal uma frase que diz muito sobre a última década
em Limeira. “Qualquer dia vou fazer um cálculo de quanto a cidade perdeu por
não criar oportunidades no melhor momento da economia brasileira e mundial”.
A afirmação, claro, foi uma
referência ao governo do prefeito cassado Silvio Félix (PDT), entre 2005 e 2012
– que coincidiu com o auge do governo Lula (2003-2010).
Em outras palavras, o que se
pretendeu dizer é que Limeira paga o preço hoje por ter perdido o bonde da
história.
Incluo nesta análise a década
de 1990 e todos os governos que passaram por ela – Jurandyr Paixão (1993-96),
Pedro Kühl (1997-2002) e José Carlos Pejon (2002-03), o único dos três que
chegou a esboçar (não vou entrar no mérito se a iniciativa foi eleitoreira ou
não) um plano econômico para o município.
Reforço o termo “esboçar”
porque o plano lançado na época era tímido e deixava muito a desejar em relação
às modernidades que outras cidades já apresentavam, como a atração de empresas de
alta tecnologia e mão-de-obra qualificada.
Pois bem: nos últimos dias,
jornais locais destacaram a notícia de que Rio Claro, Iracemápolis e
Cordeirópolis - cidades vizinhas a Limeira - juntaram-se para implantar um aeroporto regional.
Enquanto isto, Limeira esboça
(a repetição do termo é proposital e visa demonstrar a mesma fragilidade válida
para o plano de desenvolvimento citado) há uma década um projeto de aeroporto,
já destacado neste blog. Surgido com finalidade eleitoral, virou motivo de
piada após 11 anos – e de investigação, já que uma CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) foi instaurada na Câmara Municipal a fim de apurar os gastos
públicos com o projeto que não sai do papel.
Uma outra mostra de como
Limeira perdeu o bonde pode ser visto em recente reportagem da “Folha de S.
Paulo”/UOL sobre a procura de cidades para servirem de base às seleções na Copa
do Mundo de 2014. O Estado de São Paulo, por sua infraestrutura, tem se
destacado, mas Limeira nem é mencionada porque não se preocupou e, portanto,
não se preparou para tal.
Em tempo: para não ser só
pessimista, a mesma pessoa que pronunciou a frase que abriu esta postagem
mostrou-se otimista em relação ao futuro da cidade.
É esperar para ver...
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