Estava dia desses na casa de uns amigos assistindo – por tabela
- a estes programas policiais que pululam pela TV. É inevitável vê-los e pensar
que o Brasil está cada vez mais violento (sim, há um componente a ser
considerado, o de que esta sensação tem relação direta com a maior quantidade
de informação distribuída sobre o tema diariamente, mas isto não vem ao caso
agora).
O fato é que eu pensei: por que, afinal, aceitamos tal situação
passivamente?
Independentemente dos programas policiais aumentarem a
sensação de violência, os números no Brasil estão longe dos de um país
civilizado.
Tomemos o exemplo de Limeira: só nos primeiros cinco meses
deste ano, os ladrões levaram nada menos que 848 veículos – média de quase seis
por dia. Em 2012, foram levados 1.885 veículos (sendo 564 roubos, quando há ameaça
e/ou violência) – média de cinco por dia.
Nos últimos 12 anos, o número de furtos e roubos de veículos
só cresce, resultando num prejuízo milionário, como já mostrou este blog.
Os casos de furtos e roubos em geral (excluindo veículos)
também aumentam anualmente. Foram 2.029 registros este ano até maio, média de
13,5 por dia (sem contar os casos que não chegam à polícia porque as vítimas,
cansadas da impunidade, sequer registram a ocorrência).
Em 2012, os casos patrimoniais foram 4.497 (sendo 1.239
roubos) – média diária de 12 (menos do que já se verifica este ano).
Fora o prejuízo direto com as perdas patrimoniais e o risco
à vida num assalto, os brasileiros pagamos uma fortuna com serviços e
equipamentos de segurança privada. São câmeras de vigilância, cercas elétricas,
vigilantes e seguro de casa e veículo.
O seguro de um carro médio numa cidade como Limeira, por
exemplo, custa entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, dependendo do modelo e da idade do
proprietário. Isto representa, em alguns casos, o que o dono ganha de salário mensal.
Ou seja: há quem trabalhe um mês unicamente para pagar o seguro do carro.
O custo direto e indireto da criminalidade numa cidade como
Limeira é praticamente incalculável, mas é fácil imaginar que atinja vários
milhões de reais.
E, afinal, por que aceitamos tudo isto? Por que não
reagimos? Por que aceitamos a ineficiência dos nossos políticos na (má) gestão
da segurança?
Está realmente na hora de sairmos às ruas, de pararmos o
país. Ou fazemos algo agora ou a barbárie da qual já estamos próximos nos dominará
de vez.
Em tempo: as estatísticas da violência no Estado podem ser
conferidas no site da Secretaria de Segurança Pública.
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