- Foi o
melhor amigo que eu tive. Aprendi muita coisa com ele. Solidariedade,
principalmente. (...)
- Ele foi
meu melhor amigo, numa época em que eu não tinha ninguém.
(...) Talvez
por isso me lembrei de você. Mais do que sempre lembro. Porque me lembro muito.
Nem sempre por uma boa razão.
(...) Guardarei
estas páginas até descobrir onde você está e enviá-las. Quem sabe nos
encontramos e eu lhe entregarei em mãos? Escreveremos juntos.
(...) E eu
não gosto de ser um merda! Eu não quero ser um merda na vida.
- Você não
é. E eu te respeito. Eu sou teu amigo.
- E o que que
isso adianta?
- Muita
coisa.
- Que
coisas?
- Coisas de
amigo.
- Que
coisas? (...)
- Coisas.
Como agora.
- Agora o
quê?
- Agora para
te dizer que você não é um merda.
- Hein? O
quê?
- Você não é
um merda.
- E por que
eu não sou?
- Porque
você é meu amigo.
- E daí?
- Se eu
tivesse um irmão, eu queria que fosse você.
(Trechos do
livro “Se eu fechar os olhos agora”, do jornalista Edney Silvestre, p. 283,
287-88, 292-3)
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