quinta-feira, 11 de julho de 2013 | |

Por que, afinal, aceitamos a violência passivamente?

Estava dia desses na casa de uns amigos assistindo – por tabela - a estes programas policiais que pululam pela TV. É inevitável vê-los e pensar que o Brasil está cada vez mais violento (sim, há um componente a ser considerado, o de que esta sensação tem relação direta com a maior quantidade de informação distribuída sobre o tema diariamente, mas isto não vem ao caso agora).

O fato é que eu pensei: por que, afinal, aceitamos tal situação passivamente?

Independentemente dos programas policiais aumentarem a sensação de violência, os números no Brasil estão longe dos de um país civilizado.

Tomemos o exemplo de Limeira: só nos primeiros cinco meses deste ano, os ladrões levaram nada menos que 848 veículos – média de quase seis por dia. Em 2012, foram levados 1.885 veículos (sendo 564 roubos, quando há ameaça e/ou violência) – média de cinco por dia.

Nos últimos 12 anos, o número de furtos e roubos de veículos só cresce, resultando num prejuízo milionário, como já mostrou este blog.

Os casos de furtos e roubos em geral (excluindo veículos) também aumentam anualmente. Foram 2.029 registros este ano até maio, média de 13,5 por dia (sem contar os casos que não chegam à polícia porque as vítimas, cansadas da impunidade, sequer registram a ocorrência).

Em 2012, os casos patrimoniais foram 4.497 (sendo 1.239 roubos) – média diária de 12 (menos do que já se verifica este ano).

Fora o prejuízo direto com as perdas patrimoniais e o risco à vida num assalto, os brasileiros pagamos uma fortuna com serviços e equipamentos de segurança privada. São câmeras de vigilância, cercas elétricas, vigilantes e seguro de casa e veículo.

O seguro de um carro médio numa cidade como Limeira, por exemplo, custa entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, dependendo do modelo e da idade do proprietário. Isto representa, em alguns casos, o que o dono ganha de salário mensal. Ou seja: há quem trabalhe um mês unicamente para pagar o seguro do carro.

O custo direto e indireto da criminalidade numa cidade como Limeira é praticamente incalculável, mas é fácil imaginar que atinja vários milhões de reais.

E, afinal, por que aceitamos tudo isto? Por que não reagimos? Por que aceitamos a ineficiência dos nossos políticos na (má) gestão da segurança?

Está realmente na hora de sairmos às ruas, de pararmos o país. Ou fazemos algo agora ou a barbárie da qual já estamos próximos nos dominará de vez.

Em tempo: as estatísticas da violência no Estado podem ser conferidas no site da Secretaria de Segurança Pública.

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