Quatro décadas atrás, um adolescente de 17 anos se tornou o rei das ruas de Nova York. O epíteto veio depois de ele deixar sua assinatura, TAKI 183, pelos muros cidade afora.
Em entrevista ao "New York Times" publicada em 21 de julho de 1971, ele disse agir por vontade própria, não para impressionar as garotas, "que parecem não se importar". O perfil do jovem marcava a estreia na grande imprensa da rubrica "grafite", arte até ali marginal que apagava os limites entre os espaços público e privado.
As transformações desse movimento artístico ilegal ganharam o ambicioso volume "The History of American Graffiti" (história do grafite americano) [Harper Design, 400 págs., R$ 89,30], em que os autores Roger Gastman e Caleb Neelon condensam uma pesquisa que incluiu mais de 500 entrevistas para retraçar a trajetória do grafite nos EUA. Nova York, o epicentro evolutivo do movimento, é o fio condutor da narrativa, que percorre 25 Estados.
O lançamento é oportuno. Apesar de ter cada vez mais praticantes nos EUA, mesmo em localidades pequenas, as autoridades continuam a tratar os artistas do grafite como vândalos.
"Governos são péssimos no que se refere a entender e encorajar a arte pública", diz Neelon à Folha. "O grafite permanece controverso porque há uma dificuldade em conceber algo fora do padrão: a noção de arte de rua se restringe a estátuas de ilustres e figuras abstratas pouco expressivas."
Fonte: Francisco Quinteiro Pires, “Renascença no gueto”, Folha de S. Paulo, Ilustríssima, 21/8/11. Para ler a íntegra, clique aqui (é preciso ter senha do jornal ou do UOL)
* Para ver a reportagem que eu produzi para o programa "A Hora Informação Verdade" sobre a arte do grafite em Limeira, clique aqui.
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