A coluna da ombudsman da “Folha de S. Paulo”, Suzana Singer, do último domingo (7/4) discutiu o modo como o
deputado Marco Feliciano (PSC-SP) é tratado pela mídia em geral. Algumas críticas
chamaram minha atenção e as reproduzo a seguir para depois comentar.
A advogada Patrícia Marinelli,
de São Paulo, escreveu: “Estou
me lixando para ele, mas não concordo com a forma como é tratado. O jornal não
cita a profissão de nenhum parlamentar, mas Feliciano é sempre 'pastor', o que
impõe uma carga pejorativa à palavra. Há um estereótipo do evangélico repetido
à exaustão na mídia".
O servidor público Cristian
Mesquita, do Rio de Janeiro, escreveu: “Por mais que eu discorde da postura teológica de Feliciano, acho
que sua permanência na Comissão é tão legítima quanto a de Renan Calheiros na
presidência do Senado, a de Henrique Alves na Câmara e a de José Genoino e João
Paulo Cunha na Comissão de Constituição e Justiça. Todos foram eleitos".
Pois bem: não pretendo defender a forma como a mídia em geral trata o
deputado, mas não posso deixar de observar a citação ao uso da palavra “pastor”
para identificá-lo. Ora, Feliciano não faz uso da atividade que exerce para
angariar votos? Por acaso ele mesmo não se apresenta como representante de um
segmento, o dos evangélicos (ou católicos, que fossem)?
Se na hora do bônus (ou seja, conquistar votos) vale ser identificado
como pastor, que assim o seja também na hora das polêmicas. Não simplesmente por “vingança”, mas unicamente porque é a forma como o próprio parlamentar se
apresenta desde que assumiu a função pública.
Quanto à manifestação do servidor, embora seja fato que Feliciano e os “mensaleiros”
tenham sido eleitos pelo povo para o Congresso e por seus pares para as
comissões das quais fazem parte (como eu mesmo já destaquei neste blog), de
nenhum modo isto tira a legitimidade dos protestos ou a validade dos questionamentos
morais e éticos.
Uma coisa é a legalidade da situação (que ninguém discute), outra é a
moralidade. E, do ponto de vista moral, parece-me que o debate em questão –
tanto sobre Feliciano como os “mensaleiros” - é mais do que pertinente. É justo e necessário!
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