O cigarro já teve a sua época de glamour, associado a
grandes estrelas do cinema e a intelectuais. Hoje, o prestígio é da violência e
as celebridades no Brasil são os atores das Artes Marciais Mistas (MMA).
Wanderlei Silva, Anderson Silva, Rodrigo e Rogério Minotauro fazem publicidade,
aparecem em programas de auditório e, o que é pior, inspiram o comportamento de
milhares de pessoas, sobretudo jovens.
Pode-se chamar de arte ou esporte algo que lembra as
"rinhas de galo" ou as lutas de gladiadores no império romano?
Além da violência inspirada por essas lutas, há o mal que
elas causam à saúde dos lutadores. Dustin Jenson, lutador de MMA, morreu seis
dias após sofrer uma lesão no cérebro durante uma luta em maio de 2012, nos
Estados Unidos. O lutador de boxe brasileiro Maguila é um exemplo do portador
de doença relacionada à luta: tem quadro de demência atribuído aos repetidos
traumatismos cranianos sofridos durante sua carreira de lutador.
(...) Passa da hora da Declaração Universal dos Direitos
Humanos fazer algo semelhante com essas estúpidas lutas, como o boxe e o UFC,
versões de verdadeiras roletas russas. Não deveriam fazer parte do que
consideramos esporte. Afinal, esporte é atividade relacionada à saúde e não à
doença.
E além disso, para que fomentar mais violência em um mundo
cada dia mais violento?
Fonte: Jair Raso, “Folha de S. Paulo”, Opinião, 31/3/13, p. 3 (leia na íntegra aqui).
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