Diante da questão de Hamlet, "ser ou não ser, eis a
questão", a resposta talvez seja "não ser". Deprimir-se ou
resistir?
Dias assim, melhor dormir. Mas, como a vida continua,
insistimos. Um tratado de "Crítica da Razão Deprimida" deveria
começar pela descrença na democracia.
Como crer na democracia quando sabemos que a popularidade de
nossa presidente é alta? Se o pastor Feliciano não tem o perfil para o cargo,
tampouco ela o tem. Lembramos então do que dizia o líder inglês durante a
Segunda Guerra, Winston Churchill: "Quando falo com os eleitores, duvido
da democracia".
(...) Claro, o
problema é que na democracia dependemos da maioria, e esta é quase sempre
estúpida. Sei que muitos não concordam com essa ideia e, mais do que isso,
entendem que há algo de "sagrado" na sabedoria do povo.
Mas, sei também que quem afirma isso, conhecendo um pouco de
história, o faz por má-fé, ou simplesmente, por mais má-fé ainda. Temo que
esteja sendo redundante, mas a redundância é uma vantagem evolutiva em meio às
obviedades contemporâneas. (...)
Fonte: Luiz Felipe Pondé, “Algumas razões para se deprimir”,
Folha de S. Paulo, Ilustrada, 8/4/13.
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