“(...) O que São Paulo demonstra é a
potencialização dos dilemas das cidades brasileiras nas questões fundamentais à
sua qualidade de vida - mobilidade, sustentabilidade, identidade, diversidade,
coexistência -, em sintomas exacerbados de poluição, congestionamentos,
insegurança, isolamento.
A vida de uma cidade não pode se dar dentro de carros, shoppings
e condomínios fechados, convivendo com rios que tornam patentes deficits em
saneamento ambiental, ou com a segregação de guetos de ricos e de pobres. A
separação de funções e os muros dos condomínios retiraram de São Paulo a sua
maior riqueza: sua diversidade.
A cidade tem que ser o cenário
do encontro que se celebra em seus espaços públicos. Tem que ser uma estrutura
integrada de vida, trabalho e mobilidade, onde uma estrutura de crescimento,
guiada pelo transporte coletivo, molda o seu desenho.
Tem que cultivar sua identidade, a partir da preservação de sua
história e memória, da valorização da diversidade e do cultivo da coexistência.
Tem que proteger seus recursos ambientais, patrimônio desta e das futuras
gerações. (...)”
Fonte: Jaime Lerner, “Um brindea São Paulo”, Folha de S. Paulo, Opinião: Tendências/Debates, 27/1/13.
PS: vale para São Paulo, vale para qualquer cidade.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:30 |
Uma receita para as cidades
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