quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013 | |

Em defesa do voto aberto

Não consigo encontrar alguma razoabilidade na defesa do voto secreto nas casas legislativas brasileiras – em nível nacional, estadual ou municipal.

Em Limeira, já há algum tempo as votações principais na Câmara Municipal são abertas, inclusive a eleição para a Mesa Diretora.

A questão voltou à tona com a recente eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado. Envolto em denúncias de corrupção e tendo renunciado ao comando do mesmo Senado uma vez para escapar de uma possível cassação, o peemedebista teve 56 votos de um total de 81 senadores.

Ocorre que numa enquete feita pela “Folha de S. Paulo” dias após a eleição, apenas 35 senadores admitiram publicamente o voto em Renan.

Mais: 24 senadores manifestaram ao jornal terem votado no concorrente do peemedebista, o senador Pedro Taques (PDT-MT). O problema é que o pedetista teve apenas 18 votos. Ou seja: seis senadores mentiram.

Algo está errado quando um senador da República não pode defender em público o voto que deu sob sigilo.

Daí eu não enxergar argumento plausível para o voto secreto.

A principal alegação de quem defende este instrumento é que ele protege o parlamentar de possíveis pressões externas – como a do poder Executivo, sempre interessado nas eleições para o comando das casas legislativas.

Pois é justamente a pressões que os políticos devem responder. E a principal pressão a que devem explicações é a do eleitor.

Repito: se uma pessoa se vê forçada em público a defender algo distinto do que fez sob sigilo algum problema há. E, no caso da política, os problemas costumam trazer graves consequências. Para a sociedade.

Voto aberto sempre!

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