quarta-feira, 24 de dezembro de 2008 | |

O dia que Limeira saiu no "New York Times"

Acho que muitíssimas pessoas não sabem o que vou contar: Limeira foi citada três vezes na história do "New York Times", o jornal de maior prestígio dos Estados Unidos e um dos maiores periódicos do mundo.


A primeira vez que a cidade apareceu nas páginas do jornalão norte-americano foi em um longinquo 20 de fevereiro de 1856. Era uma reportagem assinada por um correspondente do "Jornal do Comércio" que tratava de descobertas a respeito de uma doença.

A segunda menção já é do século 20. Datada de 8 de dezembro de 1929, ano da Grande Depressão nos EUA, a notícia falava sobre a produção de café e de outras culturas em São Paulo e a construção de um moderno centro de empacotamento em Limeira. "A modern packing house, machinery the United States, has been erected at Limeira..."

A terceira citação da cidade é mais "recente", de 13 de novembro de 1941. Ela dá conta do nascimento de quintuplos em Limeira e da posterior morte de três das crianças - sobreviveram um menino e uma menina. "Quintuplets were born to Senhora Agripina Bernes de Ulrich yesterday at Limeira, but this morning three boys died, leaving a boy and girl living".

Os arquivos do período de 1851 a 1980 do "NYT" estão na Internet. Muitos dos textos têm acesso livre, outros são restritos. As três reportagens que citam Limeira só estão disponíveis mediante pagamento. Custam US$ 3,95 (quase R$ 10) cada. Independentemente do valor, elas trazem histórias que muitos limeirenses desconhecem. Só por isso já valem o preço que se cobra.

Para quem quiser mais informações, o site do jornal é www.nytimes.com.

Nas mensagens nesta postagem há a tradução da reportagem sobre o café, feita com ajuda da jornalista Mariele Parronchi.

1 comentários:

Rodrigo Piscitelli disse...

"Centro cafeeiro do Brasil expande outras safras para aumentar renda

Embora São Paulo, Brasil, ainda seja o centro do mundo da indústria do café, ele está se tornando cada vez menos dependente do café como fonte de renda, e se voltando mais para outras indústrias, permitindo o desenvolvimento de uma grande variedade de pesquisas (fontes), mantendo um equilíbrio que não deixa os negócios ligados à riqueza de uma única colheita. Como conseqüência, o café, que durante muito tempo tem proporcionado o desenvolvimento do Estado, agora contribui somente com um terço do valor total dos produtos.
Milho, arroz, algodão e açúcar são produzidos em grandes quantidades nesta parte do país. As bananas possuem um grande crescimento de mercado na Argentina; e são plantadas para organizar a lavoura na costa e fornecer (garantir) um transporte (acesso) facilitado para competir nos mercados europeu e norte-americano.
Esforços vêm sendo feitos para acumular e exportar laranjas, limões, pêras, abacaxis e grapefruits (fruta cítrica conhecida como toranja ou pomelo). Descobriu-se que uma grande vantagem pode ser obtida plantando árvores de laranja em áreas usadas durante muito tempo por cafezais do que plantando café propriamente e que é melhor começar novas plantações de café em áreas virgens. Um moderno centro de empacotamento, equipado com máquinas originárias dos EUA, foi levantado em Limeira.
O crescimento do trigo nas terras baixas (planícies) de São Paulo está começando a aparecer. Fazendeiros são levados a fazer um rodízio entre trigo, milho e outras safras e a plantar trigo entre árvores jovens de café. Milho, arroz e outras culturas não prejudiciais para as árvores são plantados agora em certa medida. Terras de cultivo de trigo têm mostrado um grande aumento recentemente.
Outro setor que tem atraído a atração e cooperação do Estado é a indústria da pesca, que é bem organizada sob a direção do serviço de pesca estadual. Uma escola é mantida no Guarujá, perto de Santos, e inspeciona todo peixe enviado aos modernos e higiênicos armazéns."
(NYT, 8/12/1929)