sábado, 27 de dezembro de 2008 | |

Uma sociedade doente

É preocupante a constatação revelada por uma cooperativa médica de saúde, tema de reportagem deste Jornal hoje, sobre a obesidade infantil crescente. De fato, os hábitos de vida da atualidade, que estimulam o sedentarismo, têm contribuído para aumentar as estatísticas de vários tipos de doenças, como as coronarianas.

As atividades físicas, ainda que espontâneas, foram excluídas do cotidiano. Não se caminha tanto, usa-se o carro; não se faz mais tarefas manuais, usam-se máquinas. Até o simples ato de levantar do sofá para mudar o canal da TV deixou de existir (usa-se o controle remoto). É comum ver crianças passando horas em frente à TV, ao computador ou ao videogame quando antes corria-se pelas ruas (aliás, a "perda" das ruas como espaço de lazer coletivo talvez seja a principal mudança social dos novos tempos).

Não bastasse o sedentarismo, os hábitos alimentares inadequados acentuam um problema já grave. Devido à correria do dia-a-dia, não se faz mais refeições com a tranqüilidade de outrora; come-se correndo, na rua. No lugar de verduras e legumes, lanches e salgadinhos. Ao invés de sucos, refrigerantes.

Realmente, não há como fugir de uma constatação óbvia: o ser humano sempre buscou o conforto e foi justamente esta busca que, paradoxalmente, tem lhe trazido os mais sérios problemas de saúde. Obviamente, não se trata de abrir mão da modernidade. Não se discute, porém, que é preciso mudar os hábitos. Hoje, tem-se uma sociedade doente.

PS: editorial feito para o Jornal de Limeira, publicado em 28/12/08

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