quinta-feira, 11 de dezembro de 2008 | |

Reflexões de fim de ano

Ontem, quinta-feira, foi um dia estranho. Não estava com a menor vontade de trabalhar – e falei isso para minha patroa... Ela aparentemente compreendeu. Estava - e estou - com necessidade de conversar e passei longos minutos conversando com dois amigos – e ambos compreenderam (embora ambos estivessem a fim de encurtar o papo).

Estes dias têm sido estranhos. Tenho pensando muito na vida. Efeitos do final de ano, que costumeiramente me deixa depressivo. Odeio final de ano. Não vejo sentido em nenhuma daquelas festas que as pessoas fazem, em que só se pensa em comer, comer, comer, beber, beber, beber, como se não houvesse amanhã. E há.

Estive pensando sobre a amizade. Ontem, um amigo não foi 100% sincero comigo. Sei que ele não foi, acho que ele sabe que não foi, e eu entendo as razões dele (embora não compreenda essa opção, já que se tem alguém em quem ele pode soltar os cachorros sou eu). Não foi nada demais, apenas um detalhe numa longa e proveitosa conversa. Ele até acabou dando um recado indireto, acho que de forma não proposital.

Mais tarde, um outro amigo mostrou, desnecessariamente, ser meu amigo. Não era preciso dar a prova que ele me deu (de quem se preocupa com um amigo), a amizade dele vale por si só, pelas cervejas compartilhadas, pela confiança, pelo papo, etc. Não, não era preciso se desculpar, não seria um alô em um dia que valeria mais do que todo o restante.

E um outro amigo sumiu. Entendo o sumiço dele, embora considere desnecessário. Será, porém, que ele se esqueceu dos amigos?

Ainda assim, tenho a maior admiração por esses caras. Conhecer as pessoas e o valor delas nos dá maturidade suficiente para entender que o fato de um não ter sido 100% sincero não faz dele menos amigo; que outro ter esquecido de me cumprimentar não faz dele menos amigo; que outro não ter me dado um alô sequer não faz dele menos amigo. Sabe por quê? Porque cada um tem seu valor, suas qualidades e defeitos.

Eu me orgulho de dizer que tenho esses caras como meus amigos. Quem dera cada pessoa pudesse contar com amigos assim. Porque eles sabem ouvir quando necessário, sabem aconselhar quando necessário, preocupam-se e demonstram ser amigos (embora muitas vezes não expressem isso).

Portanto, a esses amigos, eu digo: vocês valem muito!!!

Em tempo: há quem garanta ser amigo, repita isso insistentemente e até pergunte a razão de não acreditarmos nessa amizade. Eu respondo: amizade não se constrói só com palavras (embora, algumas vezes, não custe expressar por palavras o valor de um amigo). Uma amizade se constrói acima de tudo com atitudes. E estas, meu caro, são raras. Muito raras.

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