É hora de apoiar a presidente Dilma Rousseff.
A tentativa quase solitária da chefe do Executivo de promover uma – necessária – faxina nos corredores de Brasília tem esbarrado no fisiologismo, na barganha por cargos e verbas, nos acordos de bastidores, no que a capital federal se transformou enfim.
É a Brasília que emergiu da redemocratização, muito bem descrita pelo jornalista Josias de Souza em sua coluna na “Folha de S. Paulo” do último dia 10. “Na letra fria da Constituição, Dilma Rousseff é presidente da República. Na prática, é mera inquilina de um Planalto terceirizado, sob consentimento do sistema”, escreveu. Um sistema que, na avaliação dele, “faliu” (leia a íntegra aqui - é preciso ter senha do jornal ou do UOL).
A falência do sistema não é diagnóstico novo. Discute-se (ao menos para a plateia), há mais de uma década, uma – necessária – reforma política. Por enquanto, não houve quem a patrocinasse (com empenho político, não com discurso para o público). O que se ouve e se vê é um jogo de cena, um grande teatro armado para mudar mantendo todas as peças em seus devidos lugares.
Os bastidores de Brasília transformaram-se num câncer para o Brasil. Uma doença que se alastra como metástase. Há cura? Do mundo político, a luta isolada de Dilma parece indicar que não. Parece mais fácil a presidente perder apoio político e ver a dita governabilidade ruir do que mudar os modos pouco republicanos do Planalto central.
Não há, então, alternativa? Eis a boa notícia: há. E ela depende essencialmente de cada um de nós, de cada cidadão de bem que paga seus impostos (muitos) e trabalha honestamente. Como? Dando à presidente o – necessário – apoio político para seguir em frente. Isto pode se traduzir por meio de uma saudável – e necessária - pressão sobre deputados. Basta enviar e-mails, telefonar, cobrar quando das visitas às bases eleitorais.
Cobrar os vereadores e as lideranças políticas de sua cidade para que pressionem seus deputados também ajuda.
O que se constata entre o povo, porém, não é muito alentador. No momento em que Dilma vê seu governo envolto a denúncias de corrupção e decide agir com firmeza, sua aprovação popular cai, conforme a última pesquisa CNI/Ibope. Isto acontece porque, essencialmente, falta informação e educação para parte da população.
Sem informação, não há democracia que avance. E a democracia brasileira precisa avançar, o que exige uma depuração dos atuais modos.
Se não for assim, o doente pode entrar numa fase terminal – e morrer. Talvez seja a saída para a mudança. O risco, neste caso, é repetir-se uma mudança semelhante à que Brasília protagonizou em 1964.
Pense nisso!
PS (acrescentado em 15/8): Simon pede que aliados apoiem ações moralizadoras do governo (da Agência Brasil, leia aqui).
PS (acrescentado em 15/8): Simon pede que aliados apoiem ações moralizadoras do governo (da Agência Brasil, leia aqui).
0 comentários:
Postar um comentário