(...) O relatório diz que o "New York Times" vai
desenvolver times de análise e estratégia e que departamentos focados no leitor
têm que estar mais próximos do setor de negócios do jornal.
O destaque do memorando é sobre a formação de audiência. Se
antes, todo o trabalho era distribuir o jornal e ter certeza que ele chegasse à
porta dos leitores (com todo o esforço do processo), hoje o jornal precisa
"buscar" a audiência mais fragmentada, especialmente em celulares e
tablets.
Entre as prioridades indicadas no estudo, estão promover as
reportagens nas redes sociais, "reembalar" conteúdos para novas
plataformas, saber otimizar reportagens para os mecanismos de busca e
personalizar o conteúdo para o leitor.
(...) Em "Making News at The New York Times"
[Fazer notícia no New York Times], a professora de comunicação Nikki Usher
relata os quatro meses em que ficou dentro da Redação do jornal, acompanhando a
produção das versões on-line e impressa.
Usher descobriu a mudança na hierarquia noticiosa e dos
"fechamentos e atualizações permanentes".
Ela viu como um editor do site, lido por milhões de pessoas
no mundo todo, publica reportagens de diferentes assuntos e seções sem nenhuma
supervisão editorial além de seu próprio julgamento e olfato, com uma
mentalidade de "publicar antes".
(...) “A cada dez minutos, um novo texto de blog aparece no
site, reportagens mudam de lugar no site a cada 20 ou 30 minutos, e novas
notícias são postadas tão logo chegam - em uma Redação de 1.100 jornalistas, o
problema não era rotatividade."
Para ela, a Redação precisou se habituar a leitores que esperam sempre uma página "nova" na internet e de mudança contínua de assuntos.
Fonte: Raul Juste Lores, "'NY Times' troca comando da Redação", Folha de S. Paulo, Mercado, 15/5/14.
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