quarta-feira, 28 de maio de 2014 | |

As mudanças no "NYT"

(...) O relatório diz que o "New York Times" vai desenvolver times de análise e estratégia e que departamentos focados no leitor têm que estar mais próximos do setor de negócios do jornal.

O destaque do memorando é sobre a formação de audiência. Se antes, todo o trabalho era distribuir o jornal e ter certeza que ele chegasse à porta dos leitores (com todo o esforço do processo), hoje o jornal precisa "buscar" a audiência mais fragmentada, especialmente em celulares e tablets.

Entre as prioridades indicadas no estudo, estão promover as reportagens nas redes sociais, "reembalar" conteúdos para novas plataformas, saber otimizar reportagens para os mecanismos de busca e personalizar o conteúdo para o leitor.

(...) Em "Making News at The New York Times" [Fazer notícia no New York Times], a professora de comunicação Nikki Usher relata os quatro meses em que ficou dentro da Redação do jornal, acompanhando a produção das versões on-line e impressa.

Usher descobriu a mudança na hierarquia noticiosa e dos "fechamentos e atualizações permanentes".

Ela viu como um editor do site, lido por milhões de pessoas no mundo todo, publica reportagens de diferentes assuntos e seções sem nenhuma supervisão editorial além de seu próprio julgamento e olfato, com uma mentalidade de "publicar antes".

(...) “A cada dez minutos, um novo texto de blog aparece no site, reportagens mudam de lugar no site a cada 20 ou 30 minutos, e novas notícias são postadas tão logo chegam - em uma Redação de 1.100 jornalistas, o problema não era rotatividade."

Para ela, a Redação precisou se habituar a leitores que esperam sempre uma página "nova" na internet e de mudança contínua de assuntos.

Fonte: Raul Juste Lores, "'NY Times' troca comando da Redação", Folha de S. Paulo, Mercado, 15/5/14.

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