Constância Félix (PDT) não está preparada para ser deputada. Ao menos não do ponto de vista político. Isto não significa que os demais candidatos estejam – ou que o fato dela não estar preparada seja necessariamente uma desvantagem considerando que outros mais “experientes” deixam a desejar politicamente.
A falta de preparo da primeira-dama de Limeira em questões políticas - apesar dela estar se lançando numa disputa eletiva, a primeira de sua vida - ficou clara numa entrevista dada nesta terça-feira ao programa “Fatos & Notícias”, da TV Jornal de Limeira (diariamente, 11h30).
Enquanto falou genericamente da campanha e de suas ações à frente do Centro de Promoção Social (Ceprosom) e mais recentemente do Fundo Social de Solidariedade, a primeira-dama esteve segura. Ao ser confrontada, porém, com questões políticas, demonstrou insegurança. E revelou isso ao final da entrevista, numa rápida conversa de bastidores. “Dá nervoso”, admitiu.
O nervosismo, segundo ela, tinha a ver com recomendações de advogados para medir as palavras em razão da rigidez da lei eleitoral. Tanto é que Constância frisou várias vezes que é apenas pré-candidata.
Registre-se que, de positivo diante da insegurança nas questões políticas, a primeira-dama foi honesta ao dizer que não se sentia preparada para responder algumas questões naquele momento. Ela poderia ter enrolado, como tantos políticos de carreira fazem. Preferiu a humildade.
Também é fato que Constância será os olhos – e a voz – do marido na Assembleia Legislativa caso seja eleita. Isso ela deixou claro. Centralizador como é, Félix abandonou a neutralidade de quatro anos atrás, quando não apoiou formalmente ninguém na eleição para deputado, e decidiu ele mesmo entrar na disputa. Em sua versão possível: Constância. Até que ponto isso é positivo, não se sabe.
O fato é que Félix sacou um coelho da cartola. Desde que a Justiça impediu que a esposa presidisse o Ceprosom, ele habilmente esvaziou o órgão, transferiu os trabalhos para o Fundo Social comandado pela primeira-dama e deu-lhe a visibilidade necessária para alçar o voo eleitoral. Tudo muito bem planejado. Se o resultado final será bom, só o tempo dirá.
Registre-se que Constância teve um desempenho de destaque à frente do Fundo. Lançou programas em certa medida ousados, como o Família Acolhedora e o Planejamento Familiar.
Mas como deputada, estará bem longe dessas questões. Na Assembleia, o jogo é muito mais duro – e às vezes rasteiro. Para isso, porém, ela já tem a receita: recorrer ao seu professor.
Veja a seguir parte da entrevista com Constância (está reproduzida a essência das respostas):
- O seu partido apoiará a candidatura a governador do PT, provavelmente o senador Aloizio Mercadante. Mas as pesquisas indicam ampla vantagem do provável candidato tucano, o ex-governador Geraldo Alckmin. Caso a sra. e Alckmin sejam eleitos, a sra. será oposição?
Constância - Na política, tem que ter uma fidelidade partidária. Então, se meu partido vai apoiar o Mercadante, eu apoio. Mas é fácil lidar com isso. Seja um ou outro (Mercadante ou Alckmin), o relacionamento não influencia. Vou trabalhar em conjunto visando o que a cidade precisa.
- Mas a sra. terá que votar a favor ou contra o governo. Seguiria a orientação partidária e votaria contra?
Constância - Não vou responder agora. Vou seguir sempre o que o meu professor me ensinar. Tenho um professor dentro de casa. Na hora certa vou decidir.
- A sra. apoia o Projeto Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de pessoas com condenação em alguns crimes? Seu partido ajudou a barrar a votação no Congresso na semana passada...
Constância – Vou usar o Família Acolhedora (para responder). Para ser do projeto, tem que ter uma ficha limpa. É obrigação nossa ter ficha limpa. Independente do que fez o partido, isso é meu, sou a favor.
- O deputado estadual Otoniel de Lima (PTB) fez um projeto que reduz o ICMS do setor de folheados para 7%, o que beneficiaria Limeira. O que a sra. pensa disso, da redução de impostos, de política fiscal?
Constância - Vou estudar no momento certo. Hoje não teria condições de te responder. Prefiro que seja assim agora.
terça-feira, 13 de abril de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:45 |
A pré-candidata Constância
Marcadores: Constância Félix, eleição, política
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