Conversei com a psicóloga
Maria Regina Brandão. Ela tem 25 anos de experiência trabalhando no esporte, em
especial no futebol, e é parceria do técnico Luiz Felipe Scolari há anos –
atuou com ele nas seleções brasileira (nas Copas de 2002 e agora de 2014) e portuguesa.
Na última segunda-feira, Regina
esteve no centro do “Roda Viva” (TV Cultura, 22h). No programa, ela disse, por
exemplo, que a seleção “panicou”.
Você disse que tem muito
material guardado, mensagens dos jogadores no seu celular. Há algo sobre a Copa
que não tenha sido dito ainda?
Não, que eu tenha
conhecimento não. Ali ficou tudo muito transparente, o que foi bom e o que foi
muito ruim. Ficou tudo muito transparente, acho que a seleção ali se mostrou
quem era.
A imprensa atrapalha o
jogador? Eles leem, se informam?
Atrapalha. A primeira coisa
que um jogador faz, antigamente era abrir o jornal para ver o que falavam dele,
agora é entrar na Internet para ver o que estão falando dele. Aquilo mexe muito
com o jogador. A gente até pede para eles não ficarem entrando muito porque,
você sabe, tem gente que fala muitas coisas boas e tem gente que aproveita e
detona, às vezes até sem conhecimento do trabalho. Então eu peço, mas eles não
aguentam. E algum parente manda, fala “você não sabe o que fulano do jornal tal
falou de você!”. Claro, depende muito do que se fala.
Quando fala alguma coisa negativa eles ficam bem chateados, com raiva, tem uma
influência grande. Tem um professor da Unesp de Rio Claro, o Afonso Machado,
que estuda exatamente a influência da mídia no comportamento do jogador, na
escalação do treinador. Tem treinador que escala pela mídia, se é mais inseguro...
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