Da janela de meu apartamento (alugado), na fronteira de um
shopping de São Paulo, Higienópolis, vejo famílias dormindo nas esquinas
"protegidas" por caixas de papelão e páginas de jornal. É pleno
inverno. Eis que, na manhã seguinte, ao ler as notícias do dia, sou informado
de que um decorador badalado demitiu sua empregada. "Mandei embora a
funcionária que colocou uma manta de cashmere na máquina". De quem era a
manta? De uma cadela chamada China. A descrição do drama vale por um roteiro:
"Aconteceu um desastre. A empregada colocou a manta Louis Vuitton na
máquina de lavar. Virou um capacho". Salve-se quem puder.
Fonte: Ricardo Melo, “A ética quadrúpede” (IN: “Israel é aberração; os judeus, não”), Folha de S. Paulo, Poder, 28/7/14.
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