quarta-feira, 16 de julho de 2014 | |

Exclusivo: conversa com a psicóloga da seleção

Conversei com a psicóloga Maria Regina Brandão. Ela tem 25 anos de experiência trabalhando no esporte, em especial no futebol, e é parceria do técnico Luiz Felipe Scolari há anos – atuou com ele nas seleções brasileira (nas Copas de 2002 e agora de 2014) e portuguesa.

Na última segunda-feira, Regina esteve no centro do “Roda Viva” (TV Cultura, 22h). No programa, ela disse, por exemplo, que a seleção “panicou”.

Você disse que tem muito material guardado, mensagens dos jogadores no seu celular. Há algo sobre a Copa que não tenha sido dito ainda?
Não, que eu tenha conhecimento não. Ali ficou tudo muito transparente, o que foi bom e o que foi muito ruim. Ficou tudo muito transparente, acho que a seleção ali se mostrou quem era.

A imprensa atrapalha o jogador? Eles leem, se informam?
Atrapalha. A primeira coisa que um jogador faz, antigamente era abrir o jornal para ver o que falavam dele, agora é entrar na Internet para ver o que estão falando dele. Aquilo mexe muito com o jogador. A gente até pede para eles não ficarem entrando muito porque, você sabe, tem gente que fala muitas coisas boas e tem gente que aproveita e detona, às vezes até sem conhecimento do trabalho. Então eu peço, mas eles não aguentam. E algum parente manda, fala “você não sabe o que fulano do jornal tal falou de você!”. Claro, depende muito do que se fala. Quando fala alguma coisa negativa eles ficam bem chateados, com raiva, tem uma influência grande. Tem um professor da Unesp de Rio Claro, o Afonso Machado, que estuda exatamente a influência da mídia no comportamento do jogador, na escalação do treinador. Tem treinador que escala pela mídia, se é mais inseguro...

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