(...) Portanto, a boa organização não é algo que, de
repente, indique que o Brasil seja um país desenvolvido e maravilhosamente
administrado.
Não. O que fez desta Copa a melhor à qual já assisti foi o
ambiente. Sei que os brasileiros estão fartos dos chavões estrangeiros sobre
sol, areia e samba. Mas procurem, por favor, entender o efeito de Copacabana
sobre um cidadão do norte da Europa.
(...) O outro elemento
fundamental do ambiente: os brasileiros. Já fui a Copas bem organizadas como a
dos EUA em 1994 e a do Japão em 2002, quando a maioria dos habitantes locais
nem sabia que estava ocorrendo um Mundial.
Os brasileiros viveram a Copa. E quase todo mundo que
conheci aqui me tratou com simpatia. Essa atitude amistosa é um trunfo
nacional. (...)
Fonte: Simon Kuper, “Ao menos fora de campo, Brasil ganhou a Copa”, Folha de S. Paulo, Poder, 13/7/14.
***
(...) Para ser franco, as coisas não foram tão deprimentes
quanto imaginamos. Durante as partidas da Copa, viajei a quatro cidades
brasileiras e não enfrentei um único problema. É a mesma história com todos os
jornalistas, locais e estrangeiros. Todos têm elogios a fazer à "Copa das
Copas". Os estádios são excelentes, com ambiente perfeito. Os voos foram
pontuais e as filas nos aeroportos, curtas e rápidas. Os hotéis foram calorosos
e eficientes. E mesmo os muito criticados motoristas de táxi têm sido prestativos
e simpáticos.
Mas o maior ponto positivo para o Brasil nesta Copa do Mundo
tem sido o seu povo. Estive com jornalistas europeus que se perguntavam por que
as pessoas são "tão simpáticas e sempre sorridentes". Dois
jornalistas indianos me perguntaram várias vezes se "as pessoas são sempre
tão acolhedoras". Quem veio para cá temendo ser assaltado, vai voltar
levando recordações de cantorias, dança e festa nas ruas. (...)
Fonte: Shobhan Saxena, “Quem veio temendo ser assaltado, vai voltar levando boas recordações”, Folha de S. Paulo, Poder, 13/7/14.
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