(...) A imprensa e os jornalistas são muito democráticos:
têm a convicção de que tudo e todos são sujeitos à crítica. Desde que não sejam
a imprensa e os jornalistas. Apesar disso, é preciso dizer que os mal
denominados meios de comunicação têm uma parcela - de difícil mensuração, mas
não pequena - nas causas do que está chamado de "humilhação, catástrofe e
vergonha". E parcela maior no choque emotivo das pessoas em geral, reação
que corresponde à expectativa esperançosa de que estiveram imbuídas.
(...) Se o tempo de vida em contato com a imprensa e com a
opinião pública vale alguma coisa, é a partir dele que concluo pela
contribuição da baixa média de franqueza crítica para a ocorrência do
desacerto, continuado e progressivo, que levou à "vergonha". E do
mesmo modo se faz a minha convicção de que o ambiente ficou livre para que a
falta de observações firmes, a tendência nacional ao oba-oba e os interesses
comerciais se juntassem na criação do otimismo mentiroso. Logo, também na
decepção doída como um luto.
O jornalismo brasileiro está precisando de uma reviravolta
mais ou menos como a pedida para o futebol. (...)
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