Não se sabe o que é pior: o uso político, a política miúda ou a incompetência. Mas já se sabe, há tempos, que o loteamento político dos cargos públicos dá nisso: o ministro é candidato a alguma coisa? O dinheiro vai para a sua base eleitoral. Foi indicado pelo partido "x" ou "z"? Então vai para os interesses do partido. É apadrinhado do governador? Bem, nem precisa responder.
(...) Enquanto isso, a realidade teima em opor o interesse público graúdo ao interesse político miúdo. A chuva cai, as águas sobem, os diques se rompem, as encostas desabam, as casas são destruídas e as pessoas morrem.
Fonte: Eliane Cantanhêde, “Política miúda, pequena”, Folha de S. Paulo, Opinião, 6/1/12, p. 2 (para ler a íntegra, clique aqui – é preciso ter senha do jornal ou do UOL)
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Já no Brasil, bem, aqui também houve avanços. Mas as chuvas já começam a sua colheita anual de mortos, ministros caem e ninguém pergunta quem os colocou lá, educação e saúde públicas avançam a passos de cágado.
Como na Rússia de 2007, o que interessa hoje é a sensação de bem-estar econômico - que é ótima, diga-se.
Mas é pouco. A sorte dos poderosos daqui é que a mansidão local parece ter um caráter bem mais atávico do que a dos nossos colegas de acrônimo inventado por gringo.
Fonte: Igor Gielow, “Do caráter bovino”, Folha de S. Paulo, Opinião, 4/1/12, p. 2 (para ler a íntegra, clique aqui – é preciso ter senha do jornal ou do UOL)
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