Como se previa, o ex-governador Mitt Romney ganhou as prévias de New Hampshire, a segunda de uma série de 50 que vai definir o candidato republicano na disputa pela Casa Branca em novembro.
Embora mantenha o favoritismo com que entrou neste processo, Romney não tem tido vitórias tranquilas. Na primeira prévia, em Iowa, bateu Rick Santorum por apenas oito votos de diferença. Desta vez, embora tenha apresentado uma larga vantagem em relação aos demais postulantes (Santorum abriu mão de participar da série em New Hampshire), o problema de Romney foi o chamado “fogo amigo”.
Os pré-candidatos republicanos decidiram centrar fogo no ex-governador. Para isso, criticaram-no por fechar postos de trabalho num país que vive a pior crise econômica das últimas décadas.
Este é justamente o ponto fraco de Romney, especializado em comprar empresas em situação difícil e enxugá-las com medidas como a demissão de trabalhadores. Tal postura polêmica foi reforçada por uma recente fala do ex-governador. Ele disse gostar de ser capaz de demitir as pessoas que lhe prestam serviços.
Foi a deixa para a “guerra”. Segundo o “The New York Times” desta terça-feira, enquanto Romney tenta deslanchar, seus adversários no partido buscam justamente reduzir a marcha de sua aceleração. Para isso, usam as armas de que dispõem.
Jon Huntsman Jr., ex-governador de Utah, logo disparou: “O governador Romney gosta de demitir pessoas; eu gosto de criar empregos”. O governador do Texas, Rick Perry, foi mais criativo: convidou os eleitores a acessarem seu site e baixarem como um “ring tone” (ou seja, um toque de celular) a fala de Romney sobre gostar de demitir trabalhadores.
As críticas dos colegas à carreira de Romney chegaram a tal ponto que líderes republicanos tiveram que intervir. Afinal, os pré-candidatos estavam endossando o discurso dos democratas e do próprio presidente Barack Obama contra seu provável adversário.
A estratégia, porém, é exatamente esta. Para Newt Gingrich, um dos concorrentes de Romney na seletiva republicana, se o hoje favorito tem um ponto vulnerável, “melhor derrubá-lo agora antes da nomeação”.
Curiosamente, quem saiu em defesa de Romney (ou melhor, rechaçou a estratégia de criticá-lo pelas suas práticas profissionais) foi Santorum – que, segundo o “NYT”, disse acreditar no setor privado.
Diante da enxurrada de ataques, assessores de Romney saíram pela tangente. Alegaram que as críticas ajudam a mostrar que o ex-governador tem experiência como empresário e com gestão de empresas justamente num momento em que o país precisa recuperar sua economia.
Como este blog já registrou, tudo isso faz parte do jogo de cena da política norte-americana. Digladiam-se até que reste um sobrevivente. Ferido, mas não totalmente vencido. Até porque a disputa principal ainda nem começou...
Só não consigo realmente entender a vantagem de tanta exposição pública dos defeitos de um futuro candidato a presidente dos EUA.
PS: a próxima disputa é na Carolina do Sul.
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