Quem disse que para ensinar algo na vida é preciso necessariamente ter experiência? Quem disse que o adulto é sempre o “professor”? Quem disse que não podemos aprender com uma criança?
Eu, por exemplo, recebi de um garoto de dez anos algumas importantes lições na última sexta-feira: a de que a vida às vezes deve ser mais simples do que pensamos; a de que a alegria às vezes está nas pequenas coisas; a de que devemos nos permitir momentos felizes, sem pensar muito; a de que é preciso saber viver.
Estas lições surgiram em razão de uma simples piscina. Tinha ido dormir na chácara com alguns amigos sem a menor intenção de nadar - até porque o clima não parecia querer ajudar... No entanto, para uma criança, não existem obstáculos como nuvens ameaçadoras no céu e tempo escasso.
Foi, pois, com a inocência e a alegria típicas das crianças que recebi um pedido logo após o café:
- Posso nadar?
Pensei por um instante, já pretendendo dizer que o clima não estava tão propício e que não teríamos muito tempo na chácara, mas resolvi ceder. Afinal, era apenas uma criança querendo ter um momento de felicidade. Até que veio outra pergunta, surpreendente, em tom de intimação:
- Você não vai nadar com a gente?
Pensei por um instante (um pouco maior desta vez) e... resolvi ceder novamente. Chequei a temperatura da água (estava quente) e dei uma ordem:
- Eu pulo primeiro, preciso ver se dá “pé” pra você.
Era mentira, eu apenas me permiti um momento de “criancice” querendo ser o primeiro a mergulhar. E assim fiz. Outros amigos também pularam na água. E nos divertimos – apesar do céu encoberto e do pouco tempo que tínhamos para nadar.
Naquele momento, pensei em todas estas lições que um garoto de apenas dez anos me ensinou com toda a simplicidade de uma criança.
Aprendemos lições todos os dias, com pessoas diversas. Lições que nos são dadas gratuitamente. Basta, pois, estar com o espírito aberto para recebê-las.
Ah, também é preciso uma boa dose de humildade.
Em tempo: valeu Vinícius!
0 comentários:
Postar um comentário