Deve-se repudiar as recentes ameaças sofridas por membros da imprensa local. Registre-se que tais ameaças já são alvos de investigação em inquérito policial que tramita no 1º DP de Limeira e em procedimento de inquérito civil por parte do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), órgão do Ministério Público estadual.
É baixo, vil, covarde e torpe qualquer tentativa ilegítima e ilegal de calar uma voz. Quando esta voz ecoa a voz das ruas, como faz a imprensa, está posto um atentado à democracia. E contra isso não podem se calar as vozes que representam a ética, a honestidade, a transparência e a verdade.
É preciso manifestar ainda que, acima de qualquer ameaça individual, está em jogo um dos princípios fundamentais de todo cidadão, o direito de ter acesso à informação, conforme garante o artigo 5º, inciso XIV da Carta Magna de 1988.
Está em risco também um direito constitucional e pilar fundamental da democracia, a liberdade de expressão e de imprensa - pela qual muitos lutaram durante períodos obscuros de nossa história recente, cedendo à esta luta por vezes a própria vida.
É justamente em respeito a estes princípios, a esta luta, à memória de muitas pessoas e à sociedade em geral que a imprensa não pode, não deve e não irá se calar. Em respeito a um compromisso maior, uma missão, a de informar, que o trabalho isento e honesto de profissionais que dedicam a esta nobre causa importante parcela de suas vidas deve e irá prosseguir.
Afinal, pode-se eventualmente calar uma voz, mas nunca o anseio legítimo e conjunto por uma sociedade melhor e mais justa. Isto nem as piores ditaduras, com práticas das mais repugnantes, conseguiram. E para garantir esse justo anseio, haverá sempre uma voz para se fazer ouvir!
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