Há anos faço reportagens sobre dificuldades na economia. Sempre ouvi falar de "jeitinhos" para fugir de aumento de preços, mas nunca isto tinha se concretizado na minha vida. Pudera: morava com meus pais, não fazia compras, sequer pagava contas básicas como água e luz.
Agora, morando em minha própria casa, pagando energia, aluguel, etc, passei a entender o que as pessoas me diziam - que eu, confesso, sempre achava que eram manifestações da boca para fora. Afinal, antes as crises econômicas não afetavam o meu dia a dia.
Pois neste 2015 me deparei fazendo algumas coisas que eu sequer imaginava: ao ir ao supermercado este mês, risquei da lista de compras todos os supérfluos (chocolates, bolachas, etc). Eles sempre ficam em segundo plano por uma questão de princípios mesmo, mas desta vez foram barrados.
Também me vi trocando as marcas da grande maioria dos produtos por outras mais baratas. Abri poucas exceções, quando a qualidade efetivamente pesa (caso do leite).
Cortei saídas para o lazer (não totalmente porque tenho um princípio de que o trabalho árduo e o dinheiro dele decorrente devem servir para nosso bem-estar acima de tudo e alguns momentos de lazer são necessários, mas eles foram reduzidos).
Troquei o combustível do carro de gasolina por etanol (economia de R$ 40 a R$ 50 por tanque - em tempo: praticamente não notei diferença substancial no rendimento do motor, já que hoje o etanol está mais desenvolvido e a gasolina leva um terço deste produto em sua composição).
A partir de agora, sempre que eu for fazer um "povo fala", como chamamos a tarefa de ouvir cidadãos nas ruas para determinada reportagem, nunca mais vou duvidar dos dribles que as pessoas contam para manter (ou tentar) o orçamento em ordem.
Dá para 2015 acabar logo?
sexta-feira, 27 de março de 2015 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 07:04 |
A economia na vida real
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Claro que a situação econômica se reflete também no emprego. Na emissora onde trabalho, uma fundação pública ligada ao governo de São Paulo, o orçamento de 2015 foi reduzido em relação ao ano anterior. Resultado: necessidade de cortes de pessoal e de despesas em geral.
Em 2014 ainda, prevendo um ano difícil, o SBT cortou projetos, como a contratação do ator e humorista Fábio Porchat.
Agora, foi a vez da Band tirar programas do ar e promover demissões para economizar. A emissora já havia reduzido em 25% seu orçamento para este ano e agora, segundo leio, viu o primeiro trimestre apresentar receitas 20% abaixo das que estavam previstas (e que já eram menores do que no ano passado).
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