Em qualquer sociedade democrática moderna, o processo de
urbanização resulta da interação de três poderes: o político, o econômico e o
social. Uma intervenção urbana, quando realizada unilateralmente por apenas um
dos poderes, terá menos condições de viabilidade, resiliência e legitimidade do
que os projetos devidamente costurados pelos três.
É o equilíbrio dessas forças que determina o sucesso e a
sustentabilidade do "fazer cidade". (...)
O poder econômico, representado pelas grandes construtoras e
incorporadoras e pelo mercado de capitais, dará contribuição fundamental se
fomentar empreendimentos que promovam tecidos urbanos de uso misto com vastos
espaços públicos, que combinem moradia digna, trabalho, comércio e serviços - espaços
mais densos e menos dependentes do uso de carros.
Empreendimentos "exclusivos", cercados por muros,
tendência do mercado imobiliário, precisam dar lugar a projetos
"inclusivos", pois a geração de bens coletivos - parques, bulevares,
calçadas - exponenciará a geração do valor econômico de suas construções.
(...) As cidades projetam no território aquilo que somos
como sociedade. Resta-nos encontrar nossa melhor forma de expressão coletiva
para a construção da cidade que queremos.
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