domingo, 3 de novembro de 2013 | |

"Três poderes e uma cidade"

Em qualquer sociedade democrática moderna, o processo de urbanização resulta da interação de três poderes: o político, o econômico e o social. Uma intervenção urbana, quando realizada unilateralmente por apenas um dos poderes, terá menos condições de viabilidade, resiliência e legitimidade do que os projetos devidamente costurados pelos três.

É o equilíbrio dessas forças que determina o sucesso e a sustentabilidade do "fazer cidade". (...)

O poder econômico, representado pelas grandes construtoras e incorporadoras e pelo mercado de capitais, dará contribuição fundamental se fomentar empreendimentos que promovam tecidos urbanos de uso misto com vastos espaços públicos, que combinem moradia digna, trabalho, comércio e serviços - espaços mais densos e menos dependentes do uso de carros.

Empreendimentos "exclusivos", cercados por muros, tendência do mercado imobiliário, precisam dar lugar a projetos "inclusivos", pois a geração de bens coletivos - parques, bulevares, calçadas - exponenciará a geração do valor econômico de suas construções.

(...) As cidades projetam no território aquilo que somos como sociedade. Resta-nos encontrar nossa melhor forma de expressão coletiva para a construção da cidade que queremos.

Fonte:
Philip Yang, “Folha de S. Paulo”, Opinião, 31/10/13 (íntegra aqui).

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