Essa onda do “politicamente correto” em várias partes do mundo (no Brasil notadamente) sempre me causou certo desconforto (irritação para ser mais sincero).
Bastou a cerveja Devassa se tornar popular, ou iniciar o caminho para isso, que o “politicamente correto” atacou. A propaganda da dita cuja foi denunciada sob a acusação de sexista, de expor a mulher.
Não vou comentar o aspecto mercadológico e de concorrência nesse episódio (o colega Danilo Fernandes fez isso muito bem no blog Chapadeira). Quero falar do aspecto cultural. Historicamente, as propagandas de cerveja no Brasil sempre recorreram à atração da figura feminina para chamar a atenção – e, em última instância, para vender. A situação chegou a tal ponto que a propaganda sofreu restrições de conteúdo e horário. A ideia era não mais explorar a mulher como objeto.
Vejo diariamente propaganda das tradicionais cervejas brasileiras na TV e continuo vendo a mulher como objeto. Ora é o “mulherão”, ora as roupas minúsculas, ora o sarcasmo por alguém que enganou a mulher e até quando se recorre à figura masculina é para fazer referência à mulher (basta lembrar daquele comercial em que alguém dizia que mulher de amigo era homem).
Se querem denunciar as propagandas dessas cervejas, embora me soe moralizante demais, compreenderei.
Agora, se há uma cerveja que tem legitimidade para brincar com a figura feminina é a Devassa. Pelo próprio nome e pela sua história, a ligação do produto com a mulher não é forçada, um recurso barato de publicidade. Ao contrário, é natural.
E saliento um detalhe: brincar! Pois a propaganda com Paris Hilton, ela por si só uma figura emblemática, é uma grande “tiração de sarro”. E assim tem que ser vista (alguém poderia levar a Paris Hilton a sério?).
Ver no comercial algo mais me parece muita falta de humor!
O curioso é que as propagandas da Devassa sempre aproveitaram o nome do produto para brincar com a figura da mulher. Numa delas, a foto da cerveja era seguida da insinuação de que ela era aquilo que não se podia fazer em casa. E nunca o Conar – nem ninguém – falou nada.
Será, portanto, que o Danilo tem razão? Será mera disputa de mercado?
Como diz o humorista Jô Soares quando se refere a palavrões, a maldade está na mente de quem ouve (ou, no caso, de quem vê) e não de quem fala.
Um pouco mais de alegria não custaria nada a ninguém.
Ou será que o Brasil vai mesmo se tornar um país chato e quadrado?
De minha parte, seguirei combatendo qualquer tipo de preconceito. E também seguirei apreciando a Devassa. Afinal, ela é “um tesão de cerveja”.
PS: alguém poderá dizer que a propaganda atual, ao explorar as curvas da Paris Hilton, incentiva os jovens a beber. Se for isso, então que mudem o argumento da queixa do Conar. E que mudem todas as propagandas de cerveja.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:22 |
A devassa da Devassa
Marcadores: cerveja, Devassa, propaganda
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2 comentários:
Como disse no blog do Danilo, é moralismo demais.
Aliás de ontem (26) para hoje (27) encontrei no posto do enxuto a long neck da devassa loura para vender, milagre. Tem a erdinger também.´
Só falta provar a devassa bem loura para saber se é boa ou não
É bem como você disse Rodrigo, eles que se matem, vamos continuar apreciando a maravilhosa Devassa.
Por sinal, precisamos marcar, uma rodada da pura Loura safada.
hahahahahahahahahahahahahaha
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