Estou terminando de ler "Travessuras da memina má", do peruano Mario Vargas Llosa (aliás, já reproduzi uma frase encantadora da obra aqui neste blog, na quinta-feira, 18/9). É do livro que extraí os trechos a seguir, que permitem ótimas reflexões (os comentários abaixo de cada trecho são meus):
* "Não sei porque fiz essas confidências a eles. Talvez porque também precise, como todo mundo, compartilhar com alguém de vez em quando as coisas que me angustiam ou me deixam feliz." (p.182)
>>> Feliz de quem tem alguém com quem compartilhar as coisas. Triste daqueles que não têm sequer um amigo ou abrem mão deste saudável compartilhamento. Guardar as coisas para si não faz bem.
"A velha história estava para se repetir. Nós íamos conversar, mais uma vez eu me renderia ao poder que ela sempre teve sobre mim, viveríamos um breve e falso idílio, eu criaria todo tipo de ilusões e, na hora menos esperada, ela ia desaparecer e eu, machucado e zonzo, ficaria lambendo minhas feridas (...)." (p. 171)
>>> Pode-se chamar isso de paixão. Para mim, é falta de amor próprio (sim, falta de se dar valor!). Submeter-se desse modo não é sadio. E olha que há muitas "meninas más" por aí, basta querer ver.
"Fizemos amor com dificuldade. Ela se entregava sem o menor embaraço, mas era muito estreita e se encolhia a cada esforço que eu fazia para penetrá-la, com um ricto de dor: 'Mais devagar, mais devagar'. Afinal, consegui, e fui feliz nesse momento. (p. 30)
(...)
- Faça-me gozar, primeiro - sussurrou, num tom que escondia uma ordem. - Com a boca. Depois vai ser mais fácil entrar. Nem pense em gozar ainda. Gosto de me sentir irrigada. (...) Fiquei um bom tempo com os lábios esmagados contra o seu sexo franzido, sentindo os pêlos pubianos me fazendo cócegas no nariz, lambendo com avidez, com ternura, seu clitóris pequenino, até que a senti movimentar-se, excitada, e explodir com um tremor no baixo-ventre e nas pernas.
- Mete, agora - sussurrou, com a mesma vozinha mandona.
Dessa vez também não foi fácil. Ela era estreita, se encolhia, resistia, reclamava, até que finalmente consegui. Senti meu sexo sendo fraturado por aquela víscera palpitante que o estrangulava. (...) Ejaculei quase imediatamente." (p. 52-53)
>>> Confesso que desconhecia esse lado de Vargas Llosa (até porque este é o primeiro livro dele que eu leio). Há que se admitir, porém, que a descrição ficou realista e romântica. Coisas de gênios da literatura.
E aí, ficou estimulado... a ler o livro?
domingo, 28 de setembro de 2008 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:42 |
Reflexões sobre a menina má
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2 comentários:
Este merece um comentário! O post realmente me deu vontade de ler o livro... Me empresta?
Claro! Só temo pelo resultado hehehe.
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