(...) Os estelionatos dos governos federal e paulista, além
da corrupção ciclópica, causam escárnio, cinismo ou nojo deprimido entre elites
diversas, petistas, tucanas, neutras ou indiferentes a partidos. Mas nada
sabemos como o grosso do povo ou os centros nervosos e neuróticos do país (como
São Paulo) vão reagir à primeira crise socioeconômica duradoura dos anos
petistas, de resto simultânea a um pico alto de desfaçatez dos governantes e à
degradação íntima da vida cotidiana.
(...) Nem sabemos o que fazer da provável revolta, maior ou
menor. Não temos Syriza, Podemos ou mesmo neofascistas, alternativas europeias
que brotaram de uma crise que ainda não vivemos. Afora PT e PSDB, em
putrefação, há PMDBs e nenhum movimento social ou político grande ou em
formação para captar e dar forma à onda de indignações.
Fonte: Vinicius Torres Freire, “Nojo grande, política pequena”, Folha de S. Paulo, Mercado, 1/2/15.
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