Ironia: a única coisa que tolero em Karl Marx é, bem vistas
as coisas, o genro. O nome do cavalheiro é Paul Lafargue e o seu "Direito
à Preguiça" é texto que guardo junto à cama. Para ler e reler quando a
ociosidade me ataca. Que nos diz Lafargue?
O óbvio: haverá coisa mais triste do que uma existência
inteiramente dedicada ao trabalho? Sobretudo a um trabalho que nos escraviza e
desumaniza?
Por isso Lafargue defende: mais importante do que os
"direitos do homem" são os "direitos à preguiça". Que um
dia, escreve ele, serão respeitados por uma civilização tecnologicamente
avançada. Trabalharemos três horas, não mais. As máquinas farão o resto por
nós. (...)
Fonte: João Pereira Coutinho, “Folha de S. Paulo”,
Ilustrada, 1/10/13 (íntegra aqui).
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